Nenhum símbolo mariano possui a força e a expressividade do rosário.

A mais valiosa das imagens, o mais artístico dos afrescos ou o mais afamado dos santuários não chega a atingir a universalidade que possui este singelo objeto de piedade.

Onde houver um devoto de Nossa Senhora, junto dele certamente encontraremos o terço, fiel representação de sua união com Maria.

A explicação de tal êxito não poderá ser dada, porém, por nenhuma razão meramente humana, mas pela graça divina que se tem mostrado indissociável desta devoção, desde o dia em que a Santíssima Virgem desceu do Céu para revelá-la a São Domingos de Gusmão, até o presente momento.

De fato, ensina o Servo de Deus, João Paulo II:

Mediante o Rosário, o crente alcança a graça em abundância, como se a recebesse das mesmas mãos da Mãe do Redentor (Rosarium Virginis Mariæ, n. 1).

Além dos benefícios atinentes à salvação eterna e a toda espécie de bens temporais distribuídos àqueles que o recitam, esta devoção nos torna partícipes, já na vida presente, das graças que transbordam de sua alma.

“O Rosário – continua o mesmo Papa – quando descoberto no seu pleno significado, conduz ao âmago da vida cristã” (Idem, n. 3). E, ao levar-nos a considerar os mistérios da vida do Salvador na perspectiva de Maria Santíssima, nos obtêm méritos muito superiores aos que alcançaríamos a partir da contemplação dos mesmos mistérios, desvinculados dessa oração.

Ora, todas essas maravilhas se explicam porque é o Rosário dedicado a uma excelsa criatura que participa de modo admirável da vida divina, e foi por Deus cumulada de dons celestiais.

A Mãe de Deus e da Igreja possui a plenitude da graça e o auge da caridade, utilizando-Se de suas altíssimas prerrogativas para santificar o gênero humano e interceder em seu favor, a fim de que cada um progrida, a seu exemplo, de graça em graça rumo à perfeição.

Embora o mundo convide, por sua agitação e constantes dissipações, a nos afastar desta oração, nada poderá superar os minutos de refrigério e paz que experimentamos ao rezar o Terço. Pois quando o recitamos “Maria oferece-nos o seu Coração e o seu olhar para contemplarmos a vida do seu Filho, Jesus Cristo” (Bento XVI, Homilia em Lourdes, 13/9/2008).

Haverá atrativo terreno comparável a esta recompensa?

Neste mês dedicado ao Rosário, a nós cabe uma resposta de fidelidade ao pedido por Maria realizado em Fátima: “Fazei penitência e rezai o Rosário”.

Aprofundemos nossa devoção, considerando Aquela que, já desde o início, recebeu a plenitude de graça e progrediu de plenitude em plenitude ao longo de sua vida, maravilhando o próprio Céu.