Em 1881 realizava-se em Lille, França, o primeiro Congresso Eucarístico Internacional, de modestas proporções quanto ao número de participantes.
Foi, porém, uma ocasião de múltiplas graças, incrementadas generosamente nos congressos posteriores, servindo para reaquecer a fé de multidões, inclusive de jovens.
Entretanto, em vista da crescente expansão do secularismo, da indiferença religiosa e até mesmo da hostilidade contra a Religião, essas grandes manifestações de fé em Jesus-Hóstia vêm adquirindo maior importância nos últimos decênios.
É nesse contexto que deverá realizar-se o 49º congresso, de 15 a 22 deste mês, em Quebec, no Canadá.
Aguardam-se com grande esperança os resultados desse evento, ademais porque essa província francófona canadense bem o necessita.
“Eu sou o pão vivo que desceu do Céu. Quem comer deste pão viverá eternamente” (Jo 6, 51). Essas palavras do Senhor apontam para o cerne da mensagem evangélica e, portanto, da própria vida eclesial.
“Na Santíssima Eucaristia está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, isto é, o próprio Cristo”, recordava o Concílio Vaticano II, afirmando ainda que “os demais Sacramentos, assim como todos os ministérios eclesiásticos e obras de apostolado, estão vinculados com a Sagrada Eucaristia e a ela se ordenam” (Presbyterorum ordinis, n. 5).
Vários documentos eclesiais vêm destacando essa centralidade da Eucaristia na vida da Igreja, entre os quais é grato lembrar a Exortação Apostólica Sacramentum Caritatis, do Papa Bento XVI (2007), e a Encíclica Ecclesia de Eucharistia, de João Paulo II (2004).
Numa entrevista concedida com exclusividade à nossa revista, o Emmo. Cardeal Marc Ouellet, Arcebispo de Quebec, explica o significado mais profundo do lema do congresso, A Eucaristia, dom de Deus para a vida do mundo: a necessidade de “sublinhar o papel de Deus na sociedade”.
A promoção da adoração eucarística está no coração do congresso “como mensagem da Igreja para o mundo. Do Santíssimo Sacramento emanam a caridade, evangelização e santidade na vida diária, dons que a Igreja recebe e comunica para outros”.
Favorecer essa prática constitui também “um dos objetivos práticos do congresso” a pedido do próprio Papa, pois ela diz respeito ao primeiro mandamento do decálogo, o mais importante de todos.
O Cardeal ressalta o fundamental valor da santidade, para a qual somos todos chamados.“Se, como cristãos e católicos, nós vivermos a santidade de forma autêntica, o mundo compreenderá o Evangelho”.
Por isso, acentua ainda o purpurado canadense, devemos permitir que Deus
aja livremente em nós, em primeiro lugar. E, por meio de nós, no mundo, pelas missões, pela evangelização, nas lutas pela justiça e paz, no envolvimento nos assuntos da vida e no resolver os problemas humanos.
Para terminar, Dom Ouellet manifesta a esperança de que “os participantes possam retornar para suas casas com fogo no seu espírito, transformados em missionários da Eucaristia”.
Unindo nossas preces às dele, também nós, por meio de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento, empenhadamente rogamos a Deus essas graças.