Gira-se suavemente para um lado ou para outro, e belas configurações se constituem a cada movimento de nossas mãos, tornando o caleidoscópio um instrumento atraente e de uso incansável.
Há fases em nossa vida que, por sua variedade e beleza, bem se poderiam assemelhar às maravilhas sucessivas de um manuseio de caleidoscópio. Este é bem o caso do passado mês de fevereiro.
O grande acontecimento dos últimos dias se centra, sobretudo, no falecimento de uma figura exponencial, a Irmã Lúcia.
Sua missão indubitavelmente foi cumprida, e a promessa de Nossa Senhora sobre sua pessoa não poderia deixar de se realizar.
Mas em torno à mensagem Fátima pairam ainda vários enigmas que só o tempo será capaz de decifrar. Devemos estar certos de que o futuro nos esclarecerá todos eles.
A crise de saúde sofrida por nosso tão querido João Paulo II abalou nossos corações de filhos. Entretanto, sua recuperação física a todos restituiu o júbilo, e sua determinação heróica de seguir até o último hausto no timão da Barca de Pedro enche-nos de ânimo e nos arrebata pelo exemplo de fé, resolução e senso do dever.
E é justamente nessa ancianidade sofredora que nosso Papa emite os excelentes documentos sobre a Eucaristia, Missa e educação da juventude que neste número reproduzimos (No PDF, pp. 18-19)
A eles se une a carta enviada a todos os sacerdotes pelo Cardeal Dario Castrillón, prefeito da Congregação para o Clero na qual afirma que o costume de facultar às crianças a primeira comunhão “atrai para a Igreja grandes graças do Céu”. (No PDF, p. 41)
Também de Roma nos chega a culta, nobre e ilustrativa entrevista do subsecretário do Pontifício Conselho para os Leigos, Prof. Guzmán Carriquiry. (No PDF, pp. 13-15)
No seio dos Arautos do Evangelho, continua a avalanche de vocações: em quatro cerimônias realizadas durante as férias escolares, várias dezenas de jovens — moças e rapazes — receberam o hábito desta associação, após fazerem sua solene consagração à Santíssima Virgem. (No PDF, pp. 30-31)
A inauguração do Colégio Arautos do Evangelho Internacional constituiu para todos a realização de um sonho e foi ao mesmo tempo marcada por uma esperançosa surpresa.
A presença do Cardeal Dom Cláudio Hummes, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, e, sobretudo, as sábias palavras proferidas por ele na ocasião, selaram o grande anseio dos Arautos nessa matéria, o de fundar um colégio autenticamente católico. (No PDF, pp. 26-29)
Se não fossem exíguas as páginas deste mensário, muito mais haveria a noticiar, deixando-nos a nós mesmos perplexos por tantas maravilhas que se sucedem a cada dia na Igreja.
Qual é a origem de todas essas realizações? A ressurreição de Lázaro nos apresenta a figura princeps, causa eficiente e final de toda verdade, bondade e beleza na obra da criação: o Verbo encarnado.
Ele é o Onipotente, para quem nada é impossível. Por isso afirmou São Paulo: “Tudo posso n’Aquele que me conforta” (Fl 4, 13).
De fato, Ele guia sua Igreja a cada instante com mão afetuosa e segura, e enquanto uma obra permanece fiel ao sopro do Espírito Santo, amorosamente ligada à Esposa de Cristo na submissão ao Papa e aos seus legítimos pastores, uma nova pulcritude nascerá a cada giro desse insuperável caleidoscópio sobrenatural.