Quando Pilatos perguntou a Jesus: “Tu és o Rei dos judeus?” (Jo 18, 33), na resposta o Divino Redentor confirma, mas acrescenta não ser o seu Reino deste mundo (cf. Jo 18, 36).
Ansiava o povo judeu pela vinda de um Messias terreno com o poder e a missão de livrá-lo do domínio romano.
Mas, inúmeras vezes, alertara Jesus não ter vindo para isso.
Os reis terrenos se caracterizam pelo poder das tropas, pela riqueza material e grandeza de seu palácio.
Ora, aprouve à Divina Providência que o Redentor da humanidade, o Rei dos reis, nascesse pobre em uma fria Gruta de Belém, fosse repousado em uma simples manjedoura e aquecido pelo calor de um boi e de um burro… Contraste maior, impossível.
O seu reinado é espiritual, no interior das almas, pela ação da graça divina.
Como consequência, desse império sobre os corações com o tempo se formaria toda uma civilização baseada no Evangelho, com a finalidade de transformar a Terra em uma autêntica prefigura do Céu. Quando isso se concretizasse, teria a humanidade reconhecido e glorificado de fato Cristo como verdadeiro Rei do universo.
E, portanto, como Mãe do Redentor, com toda propriedade “Maria é Rainha porque foi associada de modo único ao seu Filho, tanto no caminho terreno como na glória do Céu”, explicou o Santo Padre Bento XVI na audiência geral de 22 de agosto.
Contrariamente aos critérios mundanos, é próprio à realeza de ambos a humildade, o serviço e o amor aos homens. E “como exerce Maria esta realeza de serviço e amor?” perguntou o Papa, respondendo em seguida: “Velando sobre nós, seus filhos”. Portanto, concluiu ele, “Rainha é título de confiança, alegria e amor”.
Para Nossa Senhora reinar em crescente número de famílias, vêm os Arautos do Evangelho promovendo nos países onde atuam a disseminação a mais ampla possível do Apostolado do Oratório Maria Rainha dos Corações.
No momento em que se verifica uma preocupante diminuição da prática religiosa no Ocidente, a peregrinação do oratório de lar em lar tem contribuído de modo eficaz, como o fermento na massa, para o resgate de incontáveis fiéis cujas famílias passam a ser de fato igrejas domésticas, nas quais reinam Jesus e Maria.
São centenas de milhares de pessoas que retornam à vida eclesial, frequentando regularmente os Sacramentos e tornando-se membros ativos de sua comunidade.
Com esse afervoramento espiritual surgem paroquianos cada vez mais dispostos a trabalhar, como auxiliares de seus párocos, na conquista de almas para Deus.
O apostolado assim realizado pelos diversos tipos de oratórios e capelinhas que peregrinam por incontáveis lares no mundo inteiro tem constituído precioso e muito útil instrumento utilizado pela Providência em nossos dias para que se concretize nos corações a realeza universal de Cristo e de Maria.