Enfastiados do mundo secularizado e sem valores morais em que vivemos, uma parcela ponderável da juventude manifesta o desejo de elevar-se acima dos limites do meramente terreno, em busca daquilo que há de superior, de sublime, de elevado.

No meio desta geração, vai crescendo o número daqueles que optam por seguir o caminho do sacerdócio, e é necessário que se lhes atenda esses nobres anseios de alma. Daí a urgência de formadores que sejam, eles mesmos, autênticos modelos segundo Jesus Cristo.

Eis uma das principais ideias do discurso do Papa Bento XVI aos bispos brasileiros, das regiões oeste 1 e 2, que realizavam a visita ad limina em setembro último.

Aproveitando o transcurso do ano sacerdotal, o Santo Padre destaca uma vez mais a necessidade de os seminários oferecerem uma formação excelente a seus alunos, e para isto é necessário, antes de tudo, que os mestres levem vidas exemplares, sendo “verdadeiros homens de Deus”, “que testemunhem o dom de si à Igreja, através do celibato e da vida austera”.

E devem ser, ao mesmo tempo, profundos conhecedores da doutrina, de modo a poderem ensinar com segurança e conhecimento, advertindo para os graves erros que hoje circulam, no tocante à teologia, razão e ciência, e à relação entre esses três campos do conhecimento.

Por seu turno, a Congregação para a Educação Católica vem se esmerando em divulgar e desenvolver as diretrizes pontifícias, a fim de impulsionar o aperfeiçoamento da formação do clero por meio de iniciativas concretas.

Notamos com agrado que um número cada vez maior de seminários, atentos às orientações pontifícias, demonstram um crescente empenho em preparar homens de exemplar vida de piedade, devoção eucarística e comprovada idoneidade moral; em suma, pessoas desejosas de fazer bem espiritual a seus dirigidos, conduzindo-os à santificação.

Isso requer não apenas elevada formação intelectual, mas também fino discernimento pedagógico.

Para os Arautos do Evangelho este último ponto é da maior importância.

Se o jovem contemporâneo tem “sede da transcendência”, como destaca o Papa, também se ressente da desestruturação e desarmonia da sociedade hodierna, com profundas consequências psicológicas: é instável, faltam-lhe as regras do bem pensar, é incapaz de solucionar seus problemas, e sobrevaloriza as sensações. Ademais, é inapetente de estudos doutrinários meramente teóricos.

Foi por tal razão que o presidente geral dos Arautos elaborou métodos pedagógicos inovadores, que visam não apenas à transmissão de conhecimentos, mas à virtuosa maturação do caráter, e a incutir o amor aos estudos em vista de um fim mais elevado, que é a evangelização.

A base filosófica deste método está exposta na obra A fidelidade ao primeiro olhar da inteligência, sua tese de mestrado em Psicologia Educacional, pela Universidade Católica da Colômbia (No PDF, pp. 30-36).

Seguindo as orientações de seu fundador, os Arautos do Evangelho estão intensificando a instrução acadêmica de seus formadores.

Assim, 24 deles receberam recentemente o título de mestre em Filosofia, pela Pontifícia Universidade Bolivariana, de Medellín, ao passo que outros 251 se graduaram em Teologia, pelo Centro Universitário Ítalo-Brasileiro, de São Paulo.

Os Arautos do Evangelho procuram, desse modo, atender os desejos do Papa. Pois quem tem sede de transcendência, procura aprofundar no conhecimento daquilo que ama.