Após o retumbante milagre da primeira multiplicação dos pães, Jesus despediu as multidões e “subiu à montanha, a sós, para orar” (Mt 14, 23).
O Homem-Deus com frequência Se retirava a fim de mais especialmente estar com o Pai.
Grande lição dada àqueles que propendem à atividade febril, esquecendo-se do sobrenatural, ou a um isolamento na contemplação, olvidando-se da ação.
Ser Marta ou Maria, eis o equívoco. Pois a perfeição – da qual Nosso Senhor nos dá inigualável exemplo – está em ter o zelo operativo de Marta sem deixar de ter as vistas e o coração postos no sobrenatural, como Maria.
Bem acentuou esta verdade o Papa Francisco, em discurso de 27 de setembro, no qual conclamou os catequistas a imitarem Cristo, tendo a coragem de sair de si, de ir às periferias físicas ou espirituais, como a das crianças que não sabem sequer fazer o sinal da Cruz, na certeza de lá encontrar Jesus em cada pessoa necessitada.
No intuito de, segundo as palavras do Pontífice, viver nesse “movimento de sístole-diástole”, os Arautos do Evangelho sempre procuram essa feliz harmonia entre o denodado apostolado externo e a contemplação regada por intensa vida de piedade.
Em tudo visam eles o bem das almas e a glória de Deus, quer, de um lado, nas adorações ao Santíssimo Sacramento, em que cada qual se sente olhado com amor por Jesus, no canto da Liturgia das Horas, na participação diária na Eucaristia, nos empenhados estudos da doutrina católica, quer, de outro, na busca das ovelhas desgarradas onde estas estiverem, sobretudo os jovens tão necessitados de luz.
Pelo exemplo e pela palavra, empenham-se os Arautos do Evangelho em levar o bom odor de Cristo a favelas, orfanatos, asilos de idosos, hospitais, oferecendo ao irmão que sofre uma ajuda material, um olhar de carinho e um estímulo à fé. E vários sacerdotes Arautos têm como missão prioritária o atendimento aos doentes em estado grave, administrando-lhes os Sacramentos e consolando-os com uma palavra de confiança, de que tanto necessitam ao se aproximarem dos umbrais da eternidade.
Nas missões marianas, caravanas de Arautos, de comum acordo com os párocos, percorrem as ruas da paróquia, levando de casa em casa, incluindo estabelecimentos comerciais, a imagem do Imaculado Coração de Maria.
É verdadeiramente a Mãe que vai à procura dos filhos pródigos. E, tocados pela graça, quantos retornam à casa paterna!
Insere-se nesse contexto a abençoada V Peregrinação Nacional a Aparecida, promovida pelo Apostolado do Oratório Maria Rainha dos Corações, uma iniciativa dos Arautos do Evangelho, realizada no dia 14 de setembro.
Num ambiente de muita piedade e alegria, 11 mil participantes lotaram a grandiosa Basílica, onde puderam depositar seus pedidos aos pés da Virgem Mãe Aparecida e agradecer-Lhe os incontáveis favores recebidos em situações por vezes críticas.
“Este foi o dia mais feliz da minha vida!”, era a exclamação de muitos peregrinos, exultantes por terem saído de si e manifestado sua fé.