São Severino Africano tem, como todo santo da antiguidade, uma hagiografia básica que se perde nos tempos e uma falta de documentação que torna o relato de sua vida um pouco imprecisa.
O que sabemos com certeza é que, tendo nascido no sul da Itália ou norte da África, aprendeu o latim. Nascido nos meados do século V, quando atingiu a maioridade se retirou para os desertos africanos, para rezar e fazer penitência.
Daí, deste fato, recebeu a alcunha “africano”. De pele amorenada, com uma rala barba, São Severino é um servo de Deus querido que muito ajudou o povo de Deus.
Vida de São Severino
Sua história se silencia até os seus 40 anos, quando, impulsionado pelo Espírito Santo, aparece às margens do Danúbio, na Europa. Tendo caído o rei do Hunos, Átila, o reino bárbaro estava em convulsão, e os cristãos sofriam com as pilhagens e falta de ordem.
A tudo isso se dispôs São Severino Africano, indo aconselhar e cuidar do rebanho de Cristo.
Em 8 de janeiro de 482 ele entregou sua vida à Deus, suspirando e proclamando a frase do Salmo 150: "Todo ser que tem vida, a deve ao Senhor".
Milagres do santo sacerdote
Os relatos de seus milagres estão presentes na versão escrita de Eugípio, um contemporâneo que, após a morte de São Severino, traz seus ossos para a Europa ocidental.
Certa vez, recebeu de Deus a mensagem de que uma cidade padecia de muita fome. Pôs-se em direção a ela, e encontrou, no meio do caminho, o mensageiro que a tal cidade enviava, que tinha a missão de pedir ao Santo que orasse por eles. Impressionante ver como os santos se adiantam aos planos do Senhor.
Chegando lá, São Severino pregou a todos, pedindo que se arrependessem de seus pecados e se confessassem; aí, então, o Senhor proveria a cidade de alimentos.
No dia seguinte, após a grande celebração penitencial, chegaram ao porto inúmeras embarcações com alimentos para abastecer a cidade, que só não puderam chegar antes pois estavam presos no gelo e que milagrosamente haviam se derretido na noite.
Na guerra, São Severino é ilustre profeta e conselheiro
Em outra ocasião, vendo São Severino que os habitantes das redondezas padeciam medo e insegurança perante os exércitos bárbaros, chamou o comandante da cidade e perguntou quantos soldados tinham. Este lhe informou que eram pouquíssimos, e que não se atrevia a enfrentar os inumeráveis inimigos. Mas, com fé, confessou que se São Severino abençoasse os soldados, eles iriam defender o povo.
O santo africano invocou sobre os poucos soldados a proteção divina, e disse que mesmo sem armas, eles venceriam. Diante dos poucos romanos, os bárbaros foram tomados por um pavor inexplicável e largaram suas armas, fugindo desesperados.
Alguns inimigos tomados como prisioneiros foram levados a São Severino Africano, que os libertou, apenas lhes dizendo que nunca mais se atrevessem a atacar a região, pois Deus mesmo os puniria. Deslumbrados por tão santa autoridade, estes foram embora e nunca voltaram.
A fé de uma mãe conquista saúde
De uma outra vez, foi abordado em seu mosteiro por uma mãe, viúva, que pedia que o santo curasse seu filho que sofria de tantas dores nos ossos que já não mexia mais nenhum membro.
São Severino disse a ela que primeiro seguisse suas instruções: que desse algo aos pobres. Imediatamente, a mulher distribuiu as roupas do corpo aos indigentes, num admirável ato de humildade. O Santo, impressionado com a fé da mulher, deu seu manto para cobri-la. Em seguida, retirou-se para suas orações e penitências, ficando o jovem milagrosamente curado pela sua intercessão.
São Severino Africano, rogai por nós!
Cf. http://www.abrem.org.br/revistas/index.php/signum/article/view/496
