A aparição da Virgem de Guadalupe ocorre pelo ano de 1531, no México. Visto que os missionários espanhóis aprenderam a língua nativa, a língua dos indígenas, eles começaram a converter estes e aqueles. E entre os que eles converteram estava um indiozinho chamado Diego. Diogo em português, Diego em espanhol.
Esse índio, Juan Diego, era um indiozinho muito piedoso, muito direito, e ele estava numa montanha chamada Tepeyac. Passando por essa montanha — que fica perto da cidade do México —, de repente aparece Nossa Senhora para ele. E ele fica deslumbrado com a Virgem de Guadalupe e toma aquilo com naturalidade, porque ele já estava introduzido na religião, sabia perfeitamente o que era uma aparição, e viu que era Nossa Senhora mesmo. (...)
Ele fica encantado por ver Nossa Senhora com aquele vestido luzidio e a trata com intimidade, e Ela dizendo a ele: “Meu menorzinho de todos os irmãos”, e ele tratando a Ela como filha, uma inversão de papéis impressionante, porque Ela Se deixa tratar como filha e ele tratando a Ela como a menorzinha de todas as suas filhas.
E Ela, dentro dessa intimidade colossal, queria visar o século XX, e sobretudo o século XXI, no relacionamento d’Ela com aqueles que viriam: queria ter um relacionamento todo ele afetuoso, todo ele maternal, todo ele feito de suavidade, doçura e de intimidade. A intimidade que Ela tem com Juan Diego é bem a prefigura da intimidade que Ela terá com aqueles que virão no Reino de Maria.
“Completou-se o tempo previsto”: Ela aparece no século XVI – porque tudo com Ela é feito de modo misterioso – e Ela aparece na conjunção dos três continentes: o continente americano do norte, o continente americano central e o continente americano do sul. Ela aparece no México e como que envolvendo com o manto d’Ela todo o continente americano.
Era o continente americano que nascia para a Fé Católica. E era preciso que a Virgem de Guadalupe fizesse desdobrar o manto d’Ela para cair rosas sobre esse continente e para fazer com que os habitantes desse continente tivessem uma familiaridade com a figura d’Ela. E, portanto, o tempo previsto tinha se completado, e assim iniciava um relacionamento todo especial com esse continente.
Nossa Senhora de Guadalupe aparece a um índio e o fato de o ter escolhido para aparecer mostra que Ela não desprezou as origens da América, a América que nasce pela colonização de missionários europeus e que essa missão se incide sobre índios. Estes índios não deram ainda seu fruto total na História.
E nós, voltando-nos para Nossa Senhora de Guadalupe, pedimos a Ela que utilize esses índios não só para espalhar a devoção d’Ela, mas que utilize estes índios que Ela quis assumir como filhos, que quis assumir como devotos d’Ela, que Ela tome estes que descendem destes índios e faça deles uns baluartes de heróis e de grandes realizações e de grandes conquistas para o Reino d’Ela!