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Virgem Maria


Por que a Bíblia fala pouco de Maria?
 
AUTOR: REDAÇÃO
 
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Você sabe quantas vezes Maria é citada na Bíblia?

a Bíblia fala pouco de Maria?Umas das muitas reclamações que ouvimos vindo de bocas pouco instruídas sobre a devoção a Nossa Senhora é que a Bíblia fala pouco de Maria, o que parece automaticamente invalidar nosso carinho para com ela. Felizmente, o próprio São João nos responde esta dúvida no finalzinho de seu evangelho: “Jesus fez ainda muitas outras coisas. Se fossem escritas uma por uma, penso que nem o mundo inteiro poderia conter os livros que se deveriam escrever”. (Jo 21, 25).

Assim, não é só porque não está descrito por extenso nas Sagradas Escrituras que uma realidade inteira é invalidada; é papel do fiel estar atento à interpretação da Tradição, dos santos e do magistério composto pelos estudiosos. Dito isso, vamos nos aprofundar um pouco sobre o tema Mariano nas sagradas Escrituras. Será que a realmente a Bíblia fala pouco de Maria?

Humildade da Virgem

De fato, São Luís Maria Grignion de Montfort, que escreveu o Tratado da Verdadeiro Devoção à Virgem, nos fala que foi a própria Mãe de Deus que pediu que não se escrevesse muito sobre Ela na Bíblia. É por isso que os escritores sagrados, os evangelistas não falam muito d’Ela porque Maria pediu ao Espírito Santo para ficar oculta.

Ela sabia que Deus fizera tantas maravilhas que poderiam até – era o início da Igreja e aqueles povos tinham muita tendência à idolatria – podiam querer adorá-la como Deus. Houve até alguns que cometeram esse erro no início, como o Pseud. São Dionísio Areopagita, que ficou tendente, como vemos registrado em seus escritos de filosofia, a adorar a Mãe Santíssima! Assim, nas Escrituras, Ela pediu para Jesus ser muito exaltado, e Ela não ser muito conhecida. Que exemplo de humildade!

De Maria fala-se, porém, o melhor

Mas há passagens de Nossa Senhora na Bíblia, e, por mais que não descrevam totalmente sua grandeza, são suficientes para que a respeitemos e a amemos acima de todas as coisas desta terra. São Lucas é o grande narrador da primeiríssima infância de Cristo, ou seja, de sua concepção e nascimento. Dos trechos que ele nos traz, visivelmente notamos a personalidade de Nossa Senhora.

Por exemplo, quando o Arcanjo São Gabriel aparece à Virgem, diz-se que: “O anjo entrou onde ela estava e disse: «Alegra-te, cheia de graça! O Senhor está contigo». Ela perturbou-se com estas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação” (Lc 1, 28). Ou seja, Nossa Senhora não se perturbou com a presença angélica, mas apenas com o elogio que, a seus ouvidos, era desmedido. Ora, no povo hebreu, ver um anjo era sinal de que a pessoa iria morrer, como podemos comprovar em muitas passagens. Se olhamos alguns versículos antes, lemos que o próprio São Zacarias se assustou demais com o anjo que foi lhe anunciar o nascimento de São João Batista. Assim, não é excepcional pensar em como a Santíssima Virgem reagiu? A ausência de medo pela presença de São Gabriel não quer dizer que Ela já convivia com os anjos já há muito?

Outro trecho no Evangelho onde vemos sua excelência: “A mãe e os irmãos de Jesus vieram até o lugar onde ele estava, mas, por causa da multidão, não conseguiam chegar perto dele. Então alguém disse a Jesus: ‘A sua mãe e os seus irmãos estão lá fora e querem falar com o senhor’. Mas Jesus disse a todos: ‘Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a mensagem de Deus e a põem em prática’” (Lc 8, 19-21). Isso quer dizer que Nossa Senhora era duplamente Mãe de Deus: por concepção e por ouvir a palavra de seu Filho e a pôr em prática! Não atesta esta passagem ainda mais sua grandeza?

Por terminar esta seção, um dos mais icônicos trechos que representa sua maternidade: Jesus que nos dá, usando São João, Maria como nossa mãe. “Filho, eis aí a tua Mãe” (Jo 19, 27): só esta passagem deveria nos dar arrepios de carinho!

A Bíblia fala pouco de Maria se você não souber lê-la

A maternidade divina de Maria

Por isso, devemos nos perguntar mesmo: será que a Bíblia fala pouco de Maria? A resposta parece ser a negativa. Porém, ainda vamos mais longe: Não só o próprio Evangelho anuncia Maria, mas também o Antigo testamento. Em um artigo passado, falamos de 7 símbolos da Virgem presente nas Sagradas Escrituras e como identificá-los. Além desses, ainda há uma passagem claramente profética e incompreensível, se não se entende estar falando de Maria: “Porei inimizades entre ti e a Mulher, entre os teus filhos e os filhos d’Ela. E Ela te esmagará a cabeça”.

Quem é esta mulher senão a que Jesus indica em tantas passagens? “Mas Jesus lhe disse: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora” (Jo 2, 4); ou “e disse à mãe: Mulher, eis o teu filho!” (Jo 19, 26). E também seu discípulo a indica: “Apareceu em seguida um grande sinal no céu: uma Mulher revestida do sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas” (Ap 12, 1).

Agora percebemos que de fato, a Bíblia fala pouco de Maria, apesar de sua grandeza; porém, fala o que há de melhor, nos deixando admirados de tanta santidade e grandeza.

E, se não bastasse o que vem dito d’Ela, muito mais serviria o que Ela faz na Bíblia. Primeiro: sua servidão incondicional ao Senhor, que lhe rendeu uma servidão incondicional do próprio Cristo. Depois, toda sua atitude na vida pública, de segui-lo, ampará-lo, cuidar da retaguarda apostólica, como vemos descrito várias vezes antes de uma pregação ou grande milagre de Jesus. Por último, sua posição face a Santa Paixão: acompanhando seu Filho no caminho da dor, até o calvário, e a descrição que se faz d’Ela: “De pé, junto a Cruz, estava Maria, sua Mãe”. Saibamos ler a Bíblia de verdade, com o coração purificado e a mente desejosa da verdade. Ninguém antes e ninguém depois esteve e estará tão presente na obra de Jesus do que sua Mãe Santíssima e Virginal.

 
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