São Brás é um daqueles santos da Antiguidade que tem seus relatos históricos misturados com a devoção sagrada com a qual se referem os cronistas, dando um quê de lendário à sua existência.

O santo, é, por excelência, o herói dos homens, o amigo de Deus; e vários foram, tal sua fé, agraciados com o poder de interceder por milagres.

Assim, muitas histórias concretamente relatadas como a de um São João Bosco, tem momentos lendários tão sobre-humanos como a de um São Jorge, por exemplo.

Por isso, não podemos ignorar o que se conta da vida de São Brás; o bom-espírito cristão nos faz ver como verdade, por mais que não possamos comprovar com toda autenticidade.

Além do mais, a Santa Igreja respeita tanto a história do santo Bispo que, no seu dia de celebração, os cristãos acorrem para receber uma de suas bênçãos.

Antes de falarmos dela, falemos primeiro do santo.

Vida de São Brás

Era ele Bispo de Sebaste, na Armênia.

Narra-se que morreu sob o reinado de Licínio, no ano 316, no começo do século IV.

Sua morte foi bastante comum aos católicos daquele tempo: foi decapitado, depois de várias formas de tortura, por diversão e ódio do governante.

Antes disso, porém, foi o Bispo São Brás alcançado pelos soldados em sua caverna, onde vivia uma vida de mortificação, e jogado na prisão. Foi brutalmente maltratado.

Porém, na cela, aconteceu algo que marcou os povos futuros: como era ele médico, levaram uma criança engasgada com uma enorme espinha de peixe presa na garganta.

O pequenino já sufocava, mas o Bispo o tocou primeiro: com apenas uma imposição das mãos e sua bênção, a criança cuspiu para fora a espinha, o que não conseguira fazer por horas!

Bênção da garganta

Assim, dado esse relato, os fiéis cristãos começaram a se reunir no dia considerado de seu martírio, que no ocidente é o dia 3 de fevereiro, para implorar a sua intercessão para males de saúde, especialmente os da garganta.

Na Idade Média tal costume foi adaptado para um rito: após a Santa Missa, o padre abençoava duas velas, e as cruzava sob a garganta do fiel, rezando a bênção de São Brás.

A fórmula, hoje, é assim:

“Por intercessão de São Brás, Bispo e Mártir, livre-te Deus do mal da garganta e de qualquer outra doença. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém”.

Não perca esta oportunidade, caro leitor.

Hoje, vá implorar ao Santo de Sebaste uma especial recomendação sobre sua garganta.

Em tempos de caos de saúde, Deus não descarta de modo nenhum a fé de seus filhos.

Que São Brás nos dê força para continuar a vida, que não é senão uma luta sobre a face da terra.

E, do Céu, que desdobre sobre nós a mesma ação que teve para com a criancinha: liberte-nos do mal da garganta não só físico, mas sobretudo espiritual.

Que de nossas cordas vocais não saíam palavras de discórdia, palavras de blasfêmia ou egoísmo; que de nossa garganta apenas saia aquilo que pode edificar a nosso próximo.

(Cf. https://www.institutojacksondefigueiredo.org/enciclopedia-catolica/sao-bras-bispo-e-martir.)