Nesta alegria de Natal, bendigamos ao Senhor. Aleluia.
Louvada seja a Santíssima Trindade, demos graças a Deus. Aleluia.
No Natal, nada há de mais charmoso que o ambiente pacífico e generoso que se cria. No mistério do nascimento de Jesus, a Santa Igreja nos traz um cântico natalino que inunda de tranquilidade virtuosa as almas fiéis.
Além de fielmente bem descrito, contando os milagres altíssimos da noite de Natal, tem uma melodia que soa harmonicamente com as palavras.
Convido você, caro leitor, enquanto lê este artigo, ouvir a música cantada pelo coro dos Arautos do Evangelho, clicando aqui.
Com versos curtos, a música gregoriana leva o ouvinte a testemunhar o frio da noite. São como que brisas geladas levando o frio do mundo em direção à gruta milagrosa.
Mas quando se anuncia o refrão, tantas vezes repetidos, é como se presenciássemos a alegria que barra a tristeza, o calor que vence o frio, a luz que derruba a noite.
Pois na noite de Natal nasce o Cristo, aquele que veio salvar o mundo.
Ao final do refrão, temos uma melodia que decresce, que se estabiliza, mas que nos dá uma tônica uma tanto emocionante, é como se uma resignação tocasse as últimas palavras: Ele veio para uma missão, e essa missão é uma passagem de encontro para duelar com a morte.
E assim, na melodia sublime, contemplamos o anúncio de todo o mistério que envolve a vida do pequenino.
Se a melodia gregoriana impressiona neste cântico natalino, é ela apenas uma maravilhosa moldura do conteúdo cantado.
Os primeiros versos contam a história da milagrosa noite:
“O menino nasceu (Puer Natus) em Belém, por isso alegra-se Jerusalém. Aleluia.
O Filho assumiu a carne. O Altíssimo de Deus Pai. Aleluia
Pelo anúncio de Gabriel. A virgem concebeu o Filho. Aleluia”.
Entre os versos a o refrão que exprime a devoção do Cristão:
“Com coração jubilante, adoremos Cristo nascido, com um cântico novo”.
O cântico novo prenuncia uma nova vida, uma nova atitude, uma nova perspectiva diante da missão de Jesus. Como ele veio para nos salvar, nós precisamos agora aceitar essa salvação. Nos colocar diante do presépio e dizer: “Meu Deus, sou vosso”.
O cântico natalino continua anunciando os acontecimentos que perpassam os séculos: a vinda dos pastores, a chegada dos Magos, o brilho dos anjos.
No final, temos alguns versos que narram a virgindade de Maria e o incólume nascimento da Sagrada Criança:
“Nascido de Mãe Virgem, sem semente viril. Aleluia.
Sem a ferida da serpente, veio de nosso sangue, Aleluia.
Semelhante a nós pela carne, porém dissemelhante pelo pecado. Aleluia.
Para tornar-nos a nós homens a Deus e a si semelhantes. Aleluia”.
Novamente vemos a augusta missão do Divino Infante: Ele veio para nos redimir, nos salvar. Como não ficamos profundamente tocado pelo sublime sacrifício que aquele Pequenino, tão simples, tão singelo, tão frágil no presépio, faz por nós? Como não abraçamos Aquele que está na manjedoura, passando fome e frio, apenas procurando nossa felicidade?
Com o coração aquecido pela fé, pela comoção do Natal, deixo-vos diante do presépio, caro leitor. Peça pelo seu novo ano, pelas suas novas conquistas, mas peça também para que seus projetos o aproximem de Deus, e não o afaste.
E, quando a noite cair hoje e o vento fizer roçar suas carícias em sua pele, lembre-se de que o Pequeno está ali para você, que Ele teria feito tudo o que fez apenas por você, se só você estivesse em pecado. Que seu Natal assim tenha um significado mais cristão, e sua esperança e carinho pelo Menino Deus só aumente.