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São Martinho de Lima - Data: 02 de Novembro 2021
 
 
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Martinho de Lima, filho ilegítimo, desrespeitado pela cor de sua pele, atinge, contra a expectativa dos homens maus, a glória dos Céus e a honradez dos ilustres, já que não deixou o peso do mundo o tragar.

São Martinho de Lima ou São Martinho de Porres, pois era filho ilegítimo de João de Porres, renomado cavaleiro espanhol, herdou o nome de seu pai, mas não suas condições. O santo nasceu em Lima, Peru, em meados de dezembro de 1579 de mãe negra, sendo ele mulato.

No pântano do preconceito, um lírio de virtude desabrocha

Como vivia numa sociedade com feios preconceitos, foi muito desprezado pela cor de sua pele. Tudo tinha o jovem para desistir de seus empreendimentos, mas, animado por se sentir Filho querido de Deus, Martinho se pôs, logo que atingiu a mocidade, à serviço dos outros, como aprendiz de farmacêutico e barbeiro.

Aos 15 anos, sentindo-se chamado para a vocação religiosa, apresentou-se ao convento dos dominicanos. Infelizmente, mais uma vez o preconceito prevaleceu: Martinho não poderia ser sacerdote ou irmão leigo, pois era mulato e filho ilegítimo.

Sem perder a compostura, o santo pediu ardorosamente que entrasse na qualidade de Doado, ou seja, que fosse como que um escravo no mosteiro, servindo a tudo e a todos e ganhando apenas como recompensa usar o hábito e viver a vida monástica.

Mesmo com seu pai intervindo, pedindo que o aceitassem como irmão leigo, o jovem Martinho de Lima aceitou sua cruz, dizendo: "No serviço de Deus não há superiores os inferiores, o que me importa é imitar ao exemplo de Nosso Senhor".

Contudo, a humildade do irmão Martinho conquistou fama intra e além muros. Era tamanha sua caridade, seu zelo pelas funções no mosteiro, que por sinal, eram muitas (foi enfermeiro, sineiro, barbeiro, cuidador das costuras) que lhe deram o hábito de irmão leigo dominicano, aceitando-o em suas fileiras.

Mas já não importava mais; Deus tinha aceito seu sacrifício agradável e o cumulado de graças.

Faleceu o irmão Martinho de Lima com a idade de 60 anos, enfermo e gravemente doente. Ao contrário do seu nascimento e infância, que foi desprezado pelos homens, sua morte foi acompanhada pelo Vice-rei, bispos, prelados de todas as religiões.

A virtude e os sacrifícios bem aceitos por amor a Deus de São Martinho enobreceram sua alma.

Profunda piedade do Santo Peruano

Sua vida de oração era fervorosíssima; visto que costumava rezar por seis a oito horas por dia, ainda tomava seu tempo com visitas ao Santíssimo Sacramento e Santas Missas, pois era devoto da Eucaristia.

Contudo, não só possuía um intenso agrado com as orações, mas também recebeu do Senhor dons místicos, êxtases, contemplações do futuro, tal como quando impediu um homem de ir prevaricar contra sua esposa, apenas o parando e conversando com ele até tarde da noite.

Milagres de São Martinho de Lima

O santo peruano tem muitos milagres atestados por diversas testemunhas. Esses relatos nos chegam em registros da época, frequentes, pois, em vida do jovem Martinho, pelo menos cinco santos, contemporâneos, já foram canonizados, entre eles o bispo que lhe deu o sacramento do Crisma, São Turíbio de Mongrovejo.

São Martinho aprendeu o ofício de enfermeiro, mas recebeu de Deus um dom mais alto: apenas com seu toque curava aos irmãos enfermos. Há relatos de que servia medicamentos pouco eficazes, mas que curavam os doentes porque eram oferecidos por ele. Eram os mais inusuais: vinho morno, faixas de pano que curavam pernas quebradas, até mesmo sola de sapato para mascar.

Como seu desejo de servir era enorme, Deus lhe concedeu a capacidade de bilocação também, ou seja, conseguir estar em dois lugares ao mesmo tempo, atravessar paredes e portas sem abri-las, sempre numa posição de prontidão.

Se pouco se importava consigo mesmo, muito lhe valia a obediência. Numa tarde, contam os registros, São Martinho de Lima estava no campo com uns irmãos, quando ouviram os sinos, que indicavam a presença urgente no mosteiro.

O Santo não teve dúvidas: pegou nas mãos dos irmãos e levantou voo, chegando em hora certa obrigada pelos repiques do sino.

Cf. Les Petits Bollandistes, Vies des Saints, d’après le Père Giry, Bloud et Barral, Libraires-Éditeurs, Paris, 1882.
http://www.dominicanos.org.br/site457/arquivos/saomartinho.pdf
 
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