No próximo domingo, dia 10 de abril de 2022, celebraremos na liturgia a festa do Ramos, que simboliza a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, pois Ele cumpriria sua missão: redimir o gênero humano. Ele foi aclamado com ramos de palmeira e diziam, em sua passagem: “Hosana ao filho de Davi”. Porém, qual a origem histórica da celebração do Domingo de Ramos?

Nas Sagradas Escrituras

Estes ramos estendidos pelo povo evocam a Festa das Tendas ou Festa dos Tabernáculos, de acordo com a explicação do Levítico (23,40): “No primeiro dia tomareis frutos formosos, ramos de palmeiras, ramos de árvores frondosas e de salgueiros das ribeiras, e vos regozijareis durante sete dias na presença de Iahweh, vosso Deus”.

A Festa dos Tabernáculos recorda os quarenta anos que os israelitas permaneceram no deserto após o êxodo da escravidão no Egito. A instrução do Antigo Testamento ainda determinava que a festa deveria se realizar durante sete dias por ano e a sua data ocorreria no sétimo mês (Lv 23,41). Durante sete dias seria necessário habitar nessas cabanas feitas de folhas de palmeira.

Os ramos de palmeiras sempre foram muito abundantes na Terra Santa. De fato, a palmeira era conhecida como a rainha das árvores, e o formato de seus ramos tem também o sentido de representar a vida como que escachoando do centro. Na própria representação da Judeia capturada após a destruição do segundo Templo, ela é representada por uma mulher sentada sob uma palmeira. Uma cidade famosa da Judeia, Jericó, junto às margens do Rio Jordão, tem o significado de “cidade da palmeira”.

Os estudiosos afirma que os ramos jogados na passagem de Jesus provavelmente foram colhidos do Monte das Oliveiras.

Domingo de Ramos na Igreja Católica

A festa do Domingo de Ramos, porém, na assembleia Católica, se origina como conhecemos hoje somente no século VII, cujo nome tem origem nos escritos de Santo Isidoro de Sevilha (+636), que o denominou “grande dia”.

Entretanto, há registros de procissões de Domingo de Ramos desde o século IV, pois diversos testemunhos revelam que em Jerusalém se celebrava, no século IV, a entrada triunfal de Jesus na cidade. De Jerusalém, a procissão se estende a todo o Oriente e faz do domingo inaugural da Semana Santa o Domingo de Ramos. Desde o começo do século VII, chega à Hispânia e provavelmente à Gália, e depois se desenvolve amplamente em todo o império carolíngio.

Em Roma, todavia, até o século V, só se lia a Paixão. Foi no começo do século XII, quando os costumes franco-germânicos penetram a cidade que a procissão dos ramos começou a ser mencionada nos livros romanos.

Como no dia de Domingo de Ramos ocorria a preparação dos catecúmenos para o Batismo na Vigília Pascal, a festa também ficou conhecida como Pascha competentium, que significa “Páscoa dos apropriados” ou “Páscoa dos que pedem o Batismo", em tradução livre. Essa expressão faz referência ao hábito da Igreja na Antiga Gália de se exercitar nesse dia na recitação do Credo para proclamá-lo no Sábado Santo seguinte.

Mais tarde, a Festa dos Ramos foi ainda denominada Dominica indulgentiae, que significa “Domingo do perdão”, pois era nesse dia que se realizava penitência pública para expiar os pecados. Um nome curioso para esse domingo também é Dominica capilavium, que significa “Domingo em que se lava a cabeça”. Tratava-se do ato realizado de se purificar das impurezas com vistas à unção batismal na vigília pascoal. Esse costume se iniciou na Espanha Católica.

Cf. Qual o significado do Domingo de Ramos? Origem e simbolismo (gaudiumpress.org)