Caía a tarde no Vaticano no último dia 29 de novembro. A baixa temperatura de inverno não impedia que o azul do firmamento fosse intenso e discretas nuvens tingidas de lilás adornassem o horizonte dos palácios apostólicos. Uma atmosfera de serenidade marcava o ambiente enquanto se aproximava o momento em que Bento XVI receberia dois sacerdotes Arautos do Evangelho: o Pe. Alex Barbosa de Brito e o Pe. Antônio Guerra de Oliveira Júnior.

Bento XVI aponta para a Cruz de Santiago,
símbolo dos Arautos do Evangelho, durante
Audiência com Mons. João Scognamiglio Clá Dias,
EP, em 26/11/2009 no Palácio Apostólico

Ambos deviam aguardar alguns minutos até Sua Santidade concluir o Rosário junto à gruta de Lourdes, nos jardins pontifícios. Enquanto isso, muitas impressões vinham-lhes ao espírito, entremeadas pela emoção de comparecer em nome de Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP, diante de um Papa que muito representa para a Santa Igreja.

De um lado, grande era a alegria em poder apresentar ao Santo Padre a homenagem cheia de afeto do fundador dos Arautos do Evangelho, a ele vinculado por uma estreita relação que ousaríamos qualificar de amizade. De outro, a visita oferecia a possibilidade de conhecerem pessoalmente aquele a quem tanto devíamos como instituição e por quem tanto temos rezado.

Este era o terceiro encontro dos Arautos com Bento XVI desde que ele deu início à vida de recolhimento no Mosteiro Mater Ecclesiæ. Ora, as duas audiências anteriores também merecem ser aqui recordadas, pelo seu particular significado.

Numerosas vocações e integridade de vida

Desde há muito tempo nosso fundador acalentava o desejo de oferecer a Bento XVI um cálice litúrgico semelhante aos utilizados pelos Arautos do Evangelho, para que o Papa tivesse presente as intenções de sua obra na celebração da Santa Missa. A primeira das visitas, feita pelos padres Ramón Ángel Pereira Veiga e Carlos Javier Werner Benjumea, deu-se em 1º de agosto de 2017 e tinha por objetivo entregar este filial presente para Sua Santidade.

Logo no início, ao cumprimentá-los, Bento XVI os segurou firme pela mão manifestando afáveis boas-vindas, e em seguida se deteve na apreciação do cálice, comprazido com o dom e atento às explicações que sobre ele eram dadas.

Os sacerdotes comentaram que o presente tinha por finalidade agradecer a aprovação pontifícia concedida em 2009 às duas sociedades de vida apostólica, que ele acolheu no seio da Igreja por inspiração do Espírito Santo.1 Esta medida inaugurou uma nova fase para todos os seus membros, que pode ser comprovada pelos abundantes frutos que se seguiram a partir daquele ano. Nesse sentido, basta mencionar quanto o vínculo com a Cátedra de São Pedro fez crescer o número de atividades, casas e sobretudo vocações em ambas as sociedades, além de fortalecer a família espiritual dos Arautos do Evangelho em seu conjunto.

Dom Georg Gänswein – cuja simpatia sempre nos acompanha, e que participava da conversa – interveio nesse momento para corroborar: “São muitos, são um exército!” Um dos sacerdotes frisou o quanto esse crescimento permite desenvolver novos e dinâmicos meios de evangelização, entre os quais as Missões Marianas, que fazem retornar à vida paroquial muitos católicos afastados das práticas religiosas, além de propiciar abundantes conversões.

A integridade de vida dos Arautos foi outro aspecto ressaltado na conversa, pelo seu impacto favorável na conquista das almas para Deus. Então Sua Santidade, com olhar expressivo, exclamou: “Isto é o mais importante!”

A privilegiada memória que sempre caracterizou Bento XVI em nada se viu afetada com o passar dos anos. “Lembro-me de São Paulo”, comentou. “Lá a evangelização faz muita falta, pela proliferação das seitas”. Referia-se ele à multitudinária Missa de canonização de Santo Antônio de Sant’Ana Galvão, em 11 de maio de 2007 no aeroporto paulista Campo de Marte, onde centenas de arautos atuaram nas funções litúrgicas.

No decorrer daquela viagem ao Brasil houve outros encontros, mas a histórica Celebração marcada pela receptividade das jovens vocações calou a fundo no coração do Sumo Pontífice. Tempos depois, já no ano de 2010, ele declarou em seu livro- -entrevista Luz do mundo: “Vê-se que o Cristianismo, neste momento, também está desenvolvendo uma criatividade totalmente nova. No Brasil, por exemplo, de um lado se registra um forte crescimento das seitas, com frequência muito equivocadas, por prometerem essencialmente riqueza e sucesso exterior; por outro lado, se presencia também grandes renascimentos católicos, um dinâmico florescer de novos movimentos como, por exemplo, os Arautos do Evangelho, jovens cheios de entusiasmo por terem reconhecido em Cristo o Filho de Deus, e desejosos de anunciá-Lo ao mundo”.2

Renúncia motivada pela sabedoria da Cruz

A conversa então rumou para o tema da renúncia de Bento XVI ao Sólio Petrino. Mons. João e todos os seus filhos queriam agradecer a atitude do Santo Padre de permanecer em recolhimento, sofrendo e rezando pela Igreja, como uma forma de testemunhar a sabedoria da Cruz. Mover o coração de Deus, disseram-lhe, é mais importante do que mover o coração dos homens. Ao que ele respondeu: “Mover o coração de Deus é o modo mais eficaz de mover o coração dos homens”.

Interessando-se pela demissão de Mons. João da presidência dos Arautos do Evangelho e do generalato da Sociedade de Vida Apostólica Virgo Flos Carmeli, Sua Santidade quis perguntar sobre os motivos que o levaram a tomar esta decisão. Os sacerdotes lembraram-lhe que nosso fundador também sentiu a necessidade de tocar o coração de Deus por uma vida de oração mais intensa e, espelhando-se no gesto corajoso do Romano Pontífice, fez o mesmo para pedir pela Santa Igreja, por ele próprio, Bento XVI, e pela obra dos Arautos do Evangelho.

Em carta dirigida ao Santo Padre a respeito de sua própria renúncia, Mons. João assim se exprimia: “Permita-me, Vossa Santidade, transmitir-vos filialmente um segredo: ao ver-vos subir ao Sólio Pontifício, a graça divina já me fazia intuir tratar-se vossa pessoa de um varão providencial para o nosso tempo. É verdade que um acontecimento me deixou perplexo em relação a essa perspectiva: a renúncia de Vossa Santidade ao exercício ativo do ministério petrino. Sem compreender as razões para isso, fui sustentado pela confiança de que a Onipotência Divina vos reservava para desígnios superiores. 

“Naquela data, eu já me encontrava em meio a outra grande perplexidade: estava há três anos debilitado por uma terrível enfermidade, que subtraiu-me as forças físicas consideravelmente, tolhendo-me uma capacidade presenteada por Maria Santíssima para fazer florescer o carisma que seu Divino Esposo me havia concedido: o dom da palavra. Em consequência, fui galardoado por um acréscimo num dom superior: a fé na vitória da Santa Igreja.

“Por isso, seguindo o paternal exemplo de Vossa Santidade, vi-me na contingência de renunciar o comando efetivo de minha fundação, para, recolhido e orante, obter de Deus a perpetuidade dessa obra perante os vagalhões que se aproximavam”.3

Esta postura, como Mons. João faz constar mais adiante no texto da missiva, supõe grande confiança nas autoridades eclesiásticas. Os sacerdotes explicaram a Bento XVI que tendo sido sempre dócil e obediente à Sagrada Hierarquia, sem desejar outra coisa senão prestar-lhe fervorosa submissão, nosso fundador esperava de sua parte uma acolhida materna em relação à obra nascida das suas mãos, face às novas circunstâncias. Enquanto isto lhe era transmitido, o Papa abriu bem os olhos e assentiu: “Sim, rezarei. Vós sois muito importantes para a Igreja”.

Acima, aspectos da cerimônia de canonização de Santo Antônio de Sant’Ana Galvão,
presidida pelo Papa Bento XVI  no Campo de Marte, São Paulo, em 11/5/2007; 
Papa durante o encontro com jovens de todo o Brasil,
no Estádio Municipal do Pacaembu, em 10/5/2007


Uma antiga amizade

As relações entre Bento XVI e Mons. João sempre se caracterizaram por um elevado sentido eclesial de ambas as partes, e pelo vínculo afetivo que se desenvolve nas amizades em cuja origem está o próprio Deus.

A condição de fundador e pai de incontável número de almas fez de Mons. João um discípulo atento aos rumos indicados pelo Santo Padre, desde o início do seu pontificado. Consciente de que o poder das chaves conta-se entre as prerrogativas mais sagradas postas por Deus em toda a criação, e que este confere a quem o detém uma dignidade a bem dizer ilimitada, nosso fundador empenhou-se em incutir naqueles que se orientavam pelos seus ensinamentos um amor incondicional ao Vigário de Cristo, unido ao acatamento entusiasmado de seu magistério.

Por sua vez, Bento XVI demonstrou ao longo dos anos uma consciência clara da autenticidade do carisma depositado pela Providência na alma de Mons. João, acompanhada por uma receptividade paternal para tudo o que dependesse de sua intervenção, desejando que os Arautos do Evangelho se institucionalizassem em plena conformidade aos desígnios do fundador.

As expressões de reconhecimento de Mons. João em relação a este modo de proceder abundam no contato epistolar entre os dois, como na própria carta que trata da renúncia: “Lembro com emoção a vossa passagem pelo Brasil, prenúncio da realização das promessas de Deus para as glórias da Igreja nessas terras. E não posso deixar de mencionar aqui outro momento histórico: receber de vossas mãos, portadoras do anel de Pedro pescador, a chancela da obra que Deus me inspirou fundar, unindo-a à Igreja Celeste”.4

O desejo de acompanhar as cogitações do Sumo Pontífice, estar junto a ele e colocar-se às suas ordens é outra disposição externada por Mons. João repetidas vezes, como ao encerrar a mencionada missiva: “Na esperança de nos encontrarmos mais uma vez, para, quem sabe juntos, proclamarmos altivos as palavras da Virgem de Fátima: ‘Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará’, coloco-me ao vosso dispor e incondicional serviço”.5

Com a amplitude de visão própria aos grandes pastores, Bento XVI conferiu a Mons. João dignidades eclesiásticas como o canonicato da Basílica Papal de Santa Maria Maggiore e a medalha Pro Ecclesia et Pontifice, em reconhecimento pelos serviços prestados à Santa Igreja.

Contudo, os laços de amizade entre ambos não se limitam apenas a estas expressões de mútuo reconhecimento. Com efeito, se encontram eles ligados por uma união profunda, como Mons. João procura explicitar em sua última carta: “Por alguma razão misteriosa – talvez vós o saibais discernir melhor – sinto-me intimamente unido a vós, em minha própria missão e vocação. Por isto, rezo incessantemente por Vossa Santidade, pois é como se eu, de alguma forma, rezasse por mim mesmo. Talvez o futuro esclareça melhor este meu sentimento interior”.6

Presentes pelo aniversário

A segunda visita ocorreu por ocasião do 91º aniversário de Bento XVI, em que ele seria recordado com empenho nas orações de toda a Igreja. Os Arautos do Evangelho quiseram manifestar sua proximidade e entregar-lhe uma lembrança, confeccionando para esta data um busto de Nossa Senhora de Fátima como os do Apostolado do Oratório Maria Rainha dos Corações, que todos os meses visitam milhares de famílias ao redor do mundo.7

A entrega deu-se em 13 de abril – três dias, portanto, antes do aniversário –, após o costumeiro passeio pelos jardins do Vaticano, que naquele dia Bento XVI fez acompanhado pelo seu irmão, Mons. Georg Ratzinger. Desta vez, coube o privilégio de levá-lo aos padres Mario Beccar Varela Amadeo e Carlos Javier Werner Benjumea.

Fotos do livro “Plinio Corrêa de Oliveira. Um profeta para os nossos dias”
analisadas por Sua Santidade: Dr. Plinio, aos quatro anos de idade, em Paris;
no Hospital Oswaldo Cruz, sendo consolado por seu fiel discípulo,
Mons. João Scognamiglio Clá Dias; e discursando durante o Congresso
Eucarístico Nacional, em 6/9/1942


Após cumprimentá-los com bondade, o Papa Bento recebeu o oratório visivelmente tocado pela invocação de Fátima e, voltando-se para Dom Gänswein, disse-lhe: “Temos que encontrar um lugar para colocá-lo em nosso apartamento”.

Junto com o oratório os sacerdotes apresentaram um exemplar da obra de autoria de Mons. João sobre seu mestre e formador: Plinio Corrêa de Oliveira. Um profeta para os nossos dias, que resume a existência, atuação e vida mística do líder católico brasileiro. Com gesto comprazido o Papa demonstrou ter presente de quem se tratava, mesmo antes de ser explicado que Mons. João aprendera a ser fiel à Igreja graças a seu exemplo e ensinamentos.

Então, Bento XVI quis folhear o livro. Ao contemplar certa foto de Dr. Plinio discursando, um dos sacerdotes comentou que ele fora presidente da Ação Católica de São Paulo. “Corrêa de Oliveira, um nome que todos os Bispos do Brasil conheciam bem”, acrescentou Sua Santidade.

Algumas páginas mais adiante surgiu uma fotografia de Dr. Plinio em pequeno, aos quatro anos de idade. A limpidez de seu olhar inocente despertou a admiração do Papa, que exclamou enquanto tocava a respectiva página: “Guarda, che bello bambino! – Veja, que belo menino!”

Ao chegar nos capítulos finais, onde se trata da última enfermidade e falecimento de Dr. Plinio, Bento XVI se deteve na foto que apresenta Mons. João confortando seu mestre no leito do hospital. Ele fixou-se na imagem por longo tempo, antes de passar a observar uma outra, de Dr. Plinio já falecido. 

Terminado o rápido aperçu da obra, Sua Santidade quis folheá-la uma segunda vez, com especial atenção às ilustrações.

Antes da bênção e dos cumprimentos finais, entregou algumas medalhas comemorativas como recordação, dizendo: “Fico muito agradecido por tudo”.

Um rosário especial para Sua Santidade

A vida retirada e pautada pela contemplação no Mosteiro Mater Ecclesiæ torna propícia ao Santo Padre a vida de oração que corresponde às suas íntimas aspirações. E rezar, sobretudo na atual fase da História da Igreja, significa a título especial recitar o Rosário em honra da Santíssima Virgem.

Quando Nossa Senhora pediu em Fátima a prática diária desta devoção, deixava claro ser o meio privilegiado de os homens se dirigirem a Ela para obter os favores que necessitam, sobretudo aqueles relacionados com os destinos do mundo. Ora, as promessas vinculadas ao Rosário se aplicam de forma muito especial ao Sucessor de Pedro, varão que é chamado a um altíssimo grau de união com Maria.

Em carta de 26 de novembro dirigida a Bento XVI, explica Mons. João o significado do terço que desejava enviar-lhe como presente: “Através de meus filhos, quero vos oferecer este rosário todo branco, símbolo da misericórdia de Deus, pois é Ele quem pode transformar o rubro do escarlate na alvura da lã e da neve (cf. Is 1, 18)”.8

Na mesma missiva Mons. João comentava que a misericórdia de Deus se manifesta de inúmeras maneiras, recordando o modo como Santa Teresinha do Menino Jesus a considerava. E concluía: “Comigo, confesso, a misericórdia de Deus tem-se mostrado neste ano de outra forma: são as oportunidades que surgiram de manifestar a minha admiração, a minha veneração, a minha união com a vossa pessoa e com a vossa missão! Por isto ‘cantarei eternamente as misericórdias do Senhor!’ (Sl 88, 2)”.9

“Ter o fundador vivo é uma imagem do Céu!”

Portando esta carta junto ao simbólico presente, o Pe. Alex Barbosa de Brito e o Pe. Antônio Guerra de Oliveira Júnior apresentaram-se no Vaticano para a nova visita ao Papa Bento XVI. Ele logo os reconheceu, por estarem revestidos do hábito próprio dos Arautos e, em seguida, os cumprimentou muito satisfeito.

Ato contínuo, os sacerdotes entregaram o estojo que continha o presente, uma pequena caixa feita de pau-brasil, explicando ser aquela a madeira de cuja árvore se originava o nome do nosso País. Em seu interior estava o rosário. Ao vê-lo, Bento XVI e Dom Gänswein reagiram em uníssono, elogiando sua beleza e afirmando tratar-se de um tesouro. Foi esclarecido, porém, que o intuito era oferecer algo que, pertencendo à terra, de alguma forma tocasse no Céu, por ser destinado a Sua Santidade. Ao que ele sorriu e respondeu: “Especialmente precioso não tanto pelo valor material, mas sobretudo como um presente espiritual”.

Rosário oferecido por Mons.
João a Sua Santidade

Passaram-lhe em seguida a missiva de nosso fundador. Enquanto ele abria o envelope, quis saber como estava Mons. João. Responderam encontrar-se ele muito bem, e que rezava todos os dias por Sua Santidade. O Papa Bento agradeceu por duas vezes as orações e acrescentou: “Ter o fundador vivo é uma imagem do Céu!”

Chegada a hora da despedida, eles se ajoelharam para receber a bênção. À procura de termos que definissem as impressões colhidas durante a visita, um dos sacerdotes comentou: “Estar diante de Vossa Santidade em um momento como esse, é como estar diante de um ‘mistério’, no sentido litúrgico da palavra; de um ‘sacramento’ que dá força e alegria para seguir adiante!”

Bento XVI os ouvia com paternal condescendência. Eles pediram que incluísse todos os Arautos do Evangelho e Mons. João em suas orações, ao que ele aquiesceu e, apertando as mãos de ambos os sacerdotes, disse antes de abençoá-los: “Mi piacciono molto gli Araldi! – Eu gosto muito dos Arautos!”

Unidos a Pedro, nada há que temer

Os dias de incerteza, confusão e abandono da Fé em que vivemos exigem da parte daqueles que se colocaram sob a bandeira do Supremo General das hostes do bem uma particular assistência da graça para perseverarem até o fim no bom combate.

Em meio a essas lutas, contar com o apoio de alguém tão ligado à esfera sobrenatural como Bento XVI revigora a nossa certeza de que junto à Virgem Imaculada nada há que temer. Impetrar, unidos a Pedro, o pleno cumprimento dos desígnios da Providência sobre esta obra é uma grande consolação.

Deste modo, estas alentadoras palavras do Primeiro Papa nos são dirigidas ainda hoje por meio de seus Sucessores: “O que nós esperamos, de acordo com a sua promessa, são novos céus e uma nova terra, onde habitará a justiça” (II Pd 3, 13). Eis a meta que nos une às esperanças de Sua Santidade Bento XVI: a transformação de todas as coisas pela união entre o Céu e a terra, que virá quando o reinado de Maria se tornar efetivo sobre os corações e o mundo.

Porém, os esforços humanos são insuficientes em si mesmos para realizar os prodígios da graça que esta mudança deve comportar. Ela só será possível quando Maria Santíssima disser novamente fiat!, e, atendendo à sua voz melodiosa e harmônica, um novo regime de graças se estabelecer sobre a Esposa Mística de Cristo, defluindo do mais puro e cristalino manancial: o seu Imaculado Coração! (Revista Arautos do Evangelho, Janeiro/2019, n. 205, p. 16-21)

1 A 3 de fevereiro de 2010, Bento XVI aprovou em caráter definitivo os estatutos da Sociedade Clerical de Vida Apostólica Virgo Flos Carmeli e da Sociedade de Vida Apostólica Feminina Regina Virginum. Ambas são constituídas, respectivamente, pelos membros do ramo sacerdotal e pelos elementos mais dinâmicos do ramo feminino dos Arautos do Evangelho, Associação Privada Internacional de Fiéis de Direito Pontifício erigida em 22 de fevereiro de 2001 pelo então Papa João Paulo II, agora elevado à honra dos altares. 2 BENTO XVI. Luce del mondo. Il Papa, la Chiesa e i segni dei tempi. Città del Vaticano: LEV, 2010, p.89-90. 3 CLÁ DIAS, EP, João Scognamiglio. Carta de 29 de julho de 2017. 4 Idem, ibidem. 5 Idem, ibidem. 6 CLÁ DIAS, EP, João Scognamiglio. Carta de 26 de novembro de 2018. 7 Atualmente esta iniciativa pastoral conta com 39.980 oratórios circulando em residências, edifícios, escolas, hospitais, asilos, presídios e instituições comerciais. Ao ser favorecida pelas orações do Papa Bento XVI, certamente crescerá ainda mais em número e fervor daqui por diante. 8 CLÁ DIAS, EP, João Scognamiglio. Carta de 26 de novembro de 2018. 9 Idem, ibidem.