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As quatro velas no Tempo do Advento
 
PUBLICADO POR ARAUTOS - 04/12/2021
 
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"Tu, pois, ordenarás aos filhos de Israel que te tragam azeite puro de oliveiras, batido, para o candeeiro, para fazer arder as lâmpadas continuamente". (Ex 27,20)

Um dos símbolos mais singelos da Santa Igreja neste Tempo do Advento são as quatro velas postas num canto do altar.

Você já deve tê-las visto: a cada domingo o padre celebrante acenderá uma, completando as quatro no último domingo do Advento, já próximo do Natal.

Isso visto que estamos no Tempo do Advento, preparando-nos para um acontecimento sublime de nossa fé: o nascimento de Jesus.

Assim a liturgia se reveste de símbolos para ensinar, não só pelas palavras, mas também pelos sons e formas a beleza da penitência voltada à purificação da alma.

As quatro velas simbolizam a fé da herança abençoada

Qual a explicação destas velas?

Elas marcam uma importante tradição na História: simbolizam a fé de épocas diversas do povo da aliança.

A primeira vela, que é a roxa, nos lembra da penitência de Adão e Eva, nossos primeiros pais, até o dilúvio, onde o portentoso Noé construiu a Arca. Depois dos quarenta dias e noites de chuvas torrenciais, Deus fez uma nova aliança com os seres humanos, demonstrada pelo arco-íris.

Assim também, com a primeira chama, a Santa Igreja quer simbolizar a importância do arrependimento dos primeiros pecadores, a o trato um tanto penitencial com que Deus puniu às primeiras faltas.

A segunda vela das quatro velas, a verde, recorda-nos a fertilidade de alma dos primeiros hebreus com quem Deus acordou a promessa: são os patriarcas. Abraão, o primeiro deles, que pela sua fé achou graça diante do Senhor; mas também seus primeiros descendentes, entre eles Isaac, Jacó, José, que foi grande no Egito, e Moisés.

Estes não tinham garantia, a não ser sua fé nas palavras divinas. Lembremo-nos de Abraão a quem foi pedido que sacrificasse seu filho no monte, mas que Deus segurou seu braço, não deixando que isso ocorresse. Isaac foi aí uma prefigura de Cristo, o filho da promessa, mas que o Senhor deixou à morte num monte, o Calvário, sem haver quem segurasse seu braço divino.

O Natal traz consigo a alegria da virtude

A terceira vela, rosa, é a vela de Davi. O rei-profeta, o rei-salmista, o rei-pastor, o rei que simboliza a alegria do povo, pois, numa época de tantas infidelidades, Davi foi o ungido do Senhor, que levou os exércitos de Deus à vitória, e propagou seu nome pelas nações.

Infelizmente Davi pecou, mas, arrependendo-se até o fundo de sua alma, colocou sua penitência a serviço de toda humanidade: os salmos penitenciais são usados até hoje na Santa Missa da Semana Santa, e não há homem, por mais duro que seja seu coração, que não sinta a tristeza e a dor nas palavras do rei.

Por último, temos a quarta vela, de cor branca, que é a vela dos profetas. Um rei hebreu respeitava os profetas pois estes eram seu vínculo com o Senhor, eram emissários da vontade divina.

Os profetas são os mais próximos do Natal do Divino Infante, pois suas visões sobre a vinda do Emanuel são quase que literais. Não esqueçamos o profeta Isaías, um dos maiores profetas, que anuncia o estábulo onde Jesus nasce, profetizando até mesmo o boi e a ovelha que estariam ali para aquecê-lo.

A cor branca também já anuncia a leveza do Natal, por onde toda a Igreja se revestirá de alegria. Assim, o quarto domingo do Advento já dá uma degustação aos fiéis, como os profetas deram em suas visões, do nascimento do Senhor.

Sabiamente a Igreja construiu, por séculos, toda sua manifestação simbólica. Não nos esqueçamos da delicadeza dessa nossa muito amada Mãe, e nos preparemos com sinceridade para a vinda de Jesus Menino.

Cf. https://www.salvemaliturgia.com/2010/12/coroa-do-advento.html
 
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