A Igreja celebra, no dia 02 de outubro, a festa dos Santos Anjos. Apegar-se a este amigo celeste é um meio para se ter muitos amigos nesta vida.
O mundo de hoje carece de afeto. Com efeito, o número dos deprimidos, frustrados e abandonados aumenta – quase se poderia dizer – a cada dia, pois ninguém mais tem interesse pelo outro.
A tecnologia “procurou fazer” do homem um ser autossuficiente. De fato, a “realidade virtual” tornou-o senhor do seu próprio mundo, no qual ele é o governante, juiz e a lei, e fez com que não existissem mais fronteiras para a sua pretensa “vontade onipotente”…
Por outro lado, a humanidade nunca esteve tão desprotegida em meio a tantas promessas de proteção: a insegurança no trabalho, na escola e nas ruas grassa em todos os quadrantes do globo. E o ‘super-homem’ moderno, curiosamente, não goza de proteção nem sequer na própria casa…
E tudo isso, com o passar do tempo, fez com que todo o “invólucro de onipotência” ofertado pela tecnologia caísse ante seus olhos, e o caminho do desespero e da frustração se tornasse via comum.
Porém, onde pode o homem encontrar uma ajuda, um amparo?
Dentre as várias divisões existentes na categoria dos Anjos, nenhuma tem tanta relação com o homem como a dos Anjos da Guarda.
São eles os responsáveis pela nossa custódia e salvação durante toda a nossa vida. Não há – em todo o mundo – ser mais preocupado conosco do que o nosso Anjo da Guarda.
Como o próprio nome já diz: Anjo da Guarda, designa aquele que serve de protetor do homem por onde quer que ele vá, aquele que faz a ‘escolta’ do seu custodiado por todos os lugares. Por esta mesma razão, é aquele responsável por desobstruir de nosso caminho tudo aquilo que nos leva para o inferno e nos impede de ir para o céu.
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Em razão disso, sem percebermos, existe em torno de nós um mundo real e invisível, no qual há uma guerra constante pela nossa salvação: entre os Anjos da Guarda e o demônio.
O Anjo da Guarda, valendo-se de especial influência sobre o homem, luta e lutará intrepidamente – sem trégua nem quartel – contra o demônio, o mundo e a carne até o fim de nossas vidas, como nosso melhor amigo e ótimo conselheiro nas situações mais difíceis.
Entretanto, as proporções desse combate são descomunais. Se transpuséssemos a força do embate entre Anjos e demônios para as nossas pobres proporções humanas, sem dúvida, nos assustaríamos só de pensar…
Por isso, sem um concurso nosso em prol da causa dos anjos (e nossa), os meios de sua ação se tornam limitados; podendo chegar a ser quase inexistentes, se não lhe damos um mínimo de atenção e ajuda. Pois o sucesso de sua atuação só se dá com o contributo do homem.
Porém, o homem da modernidade não quer ser afim com essa realidade sobrenatural, e vive como se nada disso existisse.
Porque vive para si mesmo, ele cada vez mais acaba confiando naquilo que satisfaz ao seu egoísmo, entregando todo o seu coração às sugestões dos demônios, do mundo e da carne, cuja expressão máxima é o pecado.
A avidez de uma vida sem Deus e amoral é o que move boa parte da humanidade para o inferno, e faz com que a realidade sobrenatural fique fadada ao olvido e perca muito de sua atuação e influência na vida de todos os dias.
Para a modernidade, o que interessa é o prazer de um deleite interminável que lhe satisfaça as paixões e as preferências.
Contudo, as coisas desta terra são finitas, e aquilo que o homem espera não será verdadeiramente saciado estando ele fora de Deus.
Assim, muitos casos de frustrações, desilusões e desesperos são derivados dessa falta de felicidade que o homem sente por não se sentir saciado e por estar fora de Deus.
O Anjo da Guarda está ao nosso lado para nos orientar àquilo que verdadeiramente devemos querer e amar.
É ele quem faz a união do céu com a terra, e é através dele que o homem alcançará de Deus o verdadeiro afeto de que tanto necessita.
Desse modo, o homem chegará a bom termo e à felicidade eterna se unindo ao Anjo da Guarda.
Isso só se dará, entretanto, desde que nos entreguemos a ele com devoção e submissão, esquecendo-nos das coisas terrenas e apegando-nos às do Céu.
Por esta razão, o Papa João XXIII disse certa vez que: “Nosso desejo é que aumente a devoção ao Anjo Custódio”, pois sabia ele que só se chega ao Céu, e só se é fiel a Deus, através do Anjo que ele nos confiou.
Redação (01/10/2020 09:17, Gaudium Press)
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