O que o Primeiro Mandamento nos prescreve?

O Decálogo nos foi dado por Deus para nosso progresso físico, mental e espiritual, tanto como indivíduos, quanto como sociedade. Porém, o pecado mortal, que viola diretamente os Dez Mandamentos, rompe com os benefícios que o Senhor nos queria conceder.

Para não se indispor contra os desejos da Trindade, o cristão precisa estar em dia com o Catecismo, em especial com a parte sobre a Legislação Divina, os Dez  Mandamentos.

Analisemos o Primeiro Mandamento e vejamos o que ele nos aconselha, na prática do dia a dia.

Primeiro Mandamento: amarás o Senhor teu Deus

Todos os Mandamentos instituídos por Deus, contêm um preceito e uma proibição. Eles estão alternados: os três primeiros começam descrevendo a ação que deve ser feita, enquanto os outros sete começam com uma proibição.

Essa divisão também está presente no que se refere às nossas obrigações para com Deus e para com os homens. Enquanto os três primeiros Mandamentos dão as normas de nossa relação com a Trindade, os outros sete regem a nossa relação com a sociedade, formada por todos os outros homens e mulheres.

O Primeiro Mandamento está contido na fórmula: “Amarás o Senhor teu Deus acima de todas as coisas”. Na Bíblia, contudo, o encontramos em algumas passagens com maiores descrições: “Amarás o Senhor teu Deus de todo teu coração, toda tua alma e todo teu entendimento, e não te prostrarás diante de outros ídolos ou imagens”.      

O que fazer para cumprir o Primeiro Mandamento?

O Senhor é bem claro quando pede nosso amor integral a Ele. Isto quer dizer que não podemos amar outras criaturas que Ele próprio nos concedeu? Não! O Senhor quer que construamos uma família, e que respeitemos, com amor e dedicação o que viermos a adquirir da natureza. Porém, todas essas coisas devem ser mais motivos para nosso amor e nossa admiração a Deus.

Há também outra razão pela qual o Senhor nos pede um amor dedicado a Ele: em nossa alma há um vazio infinito. Nós procuramos pelo mundo, pelo universo, algo que poderia preenchê-lo, mas toda criatura é finita: uma hora ela se esgota ou em algum momento ela nos cansa. É por isso que nosso coração só encontra repouso em Deus: Ele é um abismo infinito de fartura.

Quando mergulhamos no Ser Eterno, nossa alma não se frustra, porque sempre encontra mais e mais. É isso que Jesus diz na passagem do Evangelho: “Quando eu der de beber a ti desta água, nunca mais sentirás sede” (Jo 4, 14).

Do mesmo modo, quando amamos as criaturas que Ele nos deu porque o enxergamos no final de tudo, as coisas tomam outras cores e proporções: o casamento, as posses, os relacionamentos sociais, tudo ganha um novo sentido. Com Deus, nós ressignificamos perpetuamente nossas ações e não nos cansamos desta vida.

O que não devo fazer para não entristecer a Deus?

Como foi dito no início, todo Mandamento contém uma prescrição e uma proibição. Qual a proibição indicada pelo Primeiro Mandamento? Em primeiro lugar, que não encerremos nosso amor nas criaturas. E isso se refere a qualquer tipo de apego e esperança vã.

Se meu coração tem mais fé na ciência do que em Deus, ou se meu coração tem mais fé na minha capacidade que em Deus, é preciso mudar. Se tenho mais desejo de ficar saudável do que de servir a Deus, também estou frustrando o Primeiro Mandamento.

Para fazer o teste, basta uma reflexão: se me fosse tirado tal bem ou tal posse, como eu ficaria? Se me fosse tirado tal relacionamento, como eu me sentiria? Se me dissessem que minha saúde está comprometida, como eu encararia a situação?

O sentimento de tristeza é comum, e até normal de acontecer; o que não pode é o sentimento de desespero. Se tal ideia me faz perder completamente o chão e até faltar o ar, é a hora de fazer uma boa oração e repensar a vida.

Por último, o Primeiro Mandamento também traz uma proibição específica: se é preciso amar a Deus acima de todas as coisas, é também preciso amar acima de todas as coisas o que Ele nos comunicou. Estas verdades precisam se tornar Lei para o cristão, entre elas a prática da verdadeira religião. Jesus foi claro quando chamou Pedro de pedra fundamental de sua igreja. Por isso, para não desobedecer ao Primeiro Mandamento, não podemos frequentar outras religiões ou praticar qualquer tipo de simpatias e crendices.