Dentre os pecados capitais, a luxúria se encontra em singular posição. Isto é comentado por Dr. Plinio em sua obra Revolução e Contra-Revolução ao afirmar que a mola propulsora da decadência humana é o orgulho e a sensualidade.
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Como a luxúria é a gravidade do pecado de impureza, o católico precisa estar bem munido com um espírito intenso de oração e com ciência das causas e das ocasiões de pecado que podem precipitá-lo no vício. No artigo de hoje, vamos relembrar alguns conselhos dados por santos para resistirmos ao pecado da luxúria.
A pureza é uma virtude sublime. Tão excelsa que Nossa Senhora teve apenas um questionamento ao Anjo quando este veio anunciar a Encarnação: “e como se dará isso se não conheço varão algum?” E Deus fez um milagre para preservá-la: é por isso que Maria Santíssima é tem o título de Virgem das virgens, aquela que é tão virgem perto das virgens quanto uma virgem é virgem perto de outras não virgens!
Mas a pureza de corpo não é existe por si só. Sem uma mente ou um coração puro, não existe castidade ou virtude. A pureza pede do praticante que ele seja íntegro, porque o principal mal da luxúria não é ao corpo, mas sim à alma. É por isso que podemos dizer que o demônio, mesmo sendo anjo, é impuro; mesmo sem corpo, as deformações que ele abraça pelo vício ainda são vistas nele.
A impureza torna a ser mais preguiçoso, pois fica menos temperante. Como não domina a si mesmo, o impuro é o irado e nervoso; sofre constantemente com expectativas e precisa validar-se a todo momento. Não é à toa que esta ande de mão dadas com a soberba.
O vício da luxúria é um pecado extenso e abrangente: aquele que cai em suas garras já está comprometido de mente e de corpo. Muita de suas ações se transformam em hábitos de impureza, o que torna o livramento ainda mais difícil. Assim, o mais recomendado é uma estratégia que comece com mudanças pequenas e vá evoluindo.
Os confessores recomendam que a pessoa vá se livrando dos hábitos de impureza pouco a pouco. Se eles acontecem todos os dias, tentarei não os cometer por uma semana; depois evoluo para meses, e assim, a conquista da virtude da pureza por um ano e, com a graça de Deus, para sempre.
A confissão é o principal aliado do pecador arrependido que quer alcançar a virtude. Estabelecer uma rotina de confissão é essencial, caso o vício esteja muito acesso na pessoa. Alguns confessores chegam a recomendar uma confissão por semana; alguns santos, porém, com a consciência mais delicada, chegavam a confessar-se diariamente! O importante é não fugir de Deus, mas para Deus; Ele concederá, se tivermos persistência, a vitória.
Em primeiro lugar, é preciso evitar as ocasiões de pecado. Nosso Senhor é claro no Evangelho: “vigiai e orai, para não cair em tentação”. Ele colocou por primeiro, com razão santíssima, a palavra: “vigiai”. Aquele que reza e não vigia é como aquele que se banha de gasolina e vai até uma fogueira rezando a Ave-Maria, pedindo um milagre de não se queimar.
Para evitar o pecado da impureza, preciso manter meus olhos puros. Eles são a janela da alma, e o que entrar por eles será matéria para o demônio me tentar mais tarde. Por isso, devo evitar as más leituras, as más companhias e os maus lugares. Lembremos do conselho de Jesus: “Se um olho te levar a pecar, corta-o; pois é melhor entrar no Paraíso com um olho só do que ir com dois para o inferno”.
A oração é a segunda maior recomendação: sem ela, não temos força para mantermo-nos estáveis na prática da virtude. Precisamos pedir a Deus constantemente pela nossa salvação e para que nos livre do mal e nos proteja na hora das tentações.
Por último, deixo um conselho dado por muitos santos e repetido bastante por Dr. Plinio: a luxúria é um vício tão terrível que contrapõe diretamente o amor à pureza. Assim, quanto mais procuro conhecer sobre a virtude da castidade, quanto mais estou em contato com pessoas que a praticam fielmente, solteiros ou casados, mais eu entendo a pureza e mais consigo detestar e deixar a luxúria. Sem um amor crescente à virtude da castidade, fica impossível combater a impureza que vicia.