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O Natal e a Eucaristia: uma reflexão piedosa
 
AUTOR: REDAÇÃO
 
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Celebrar o Natal é buscar o alimento eterno

Na meditação deste penúltimo dia da nossa Novena de Natal, vamos relacionar dois grandes mistérios: o Natal e a Eucaristia. À primeira vista parecem assuntos bem diversos, no entanto, são duas realidades irmãs, que coexistem porque se tratam do mesmo Deus Encarnado.

Sinais que aproximam as festas

O Natal é um mistério belíssimo que tem um parentesco íntimo com o mistério por excelência, que chamamos de Mysterium fidei, o Mistério da Fé, o Mistério Eucarístico.

Todos os mistérios de nossa fé são figurados por sinais que nos ajudam a entendê-los. As verdades que professamos em nossa religião formam um corpo razoável, organizado e lógico, não um amontoado arbitrário de ideias. Nesse sentido, são notáveis os sinais que aproximam os mistérios de Belém e os do Cenáculo.

Belém, onde Jesus nasceu, é um nome simbólico e providencial. Em árabe, significa “casa da carne” e em hebraico, “casa do pão”. Aqui já vemos uma primeira e encantadora analogia entre o Natal e a Eucaristia.

Outra realidade que comove é o que nos é dito na Sagrada Escritura, que “Maria deu à luz o seu Filho e O deitou numa manjedoura”, quer dizer, num lugar onde se coloca a comida, pois a manjedoura é o recipiente no qual os animais se alimentam. Dessa forma, o presépio é como um altar sobre o qual repousa o Pão, não o pão dos animais, mas o Pão dos Anjos, que se tornou também o Pão dos homens!

Quando comungamos, nós realizamos o ideal mais puro do cristianismo: ter vida eterna. “Quem come deste pão, viverá eternamente”. Obediência, alimento e vida são predicados essenciais da Eucaristia. São também as propriedades que acompanham o mistério do Natal: o menino nasce por obediência, para ser alimento e, assim, dar-nos vida e forças para chegarmos ao Reino dos Céus, que é comparado a um banquete. Deus se dá a comer no tempo e na eternidade.

Na noite de Natal, a Missa do Galo

Na noite bendita do Natal, quando tantos – e tantos cristãos! – se dão às comilanças, à bebedeira, ao prazer passageiro e ao pecado, os que adoram verdadeiramente a Deus estarão junto ao presépio onde está representado o Pão descido do Céu, símbolo de nossa glória futura.

É certo que celebraremos a Noite Feliz com alegria, festejando, comendo, bebendo e trocando saudações e presentes. Porém, do mais fundo do nosso ser brotará a aspiração sobrenatural de unir-nos a Deus da maneira mais plena que se possa lograr nesta Terra: recebendo ao Senhor como alimento na Eucaristia e adorando-O em seu mistério de amor.

A fome e a sede eucarística aspiram a muito mais do que manjares humanos. A muito mais, inclusive, que a um delicioso vinho, como o de Caná da Galileia, ou aos pães milagrosos multiplicados por Jesus na montanha. A aspiração vai ao alimento que contém em Si todo o deleite: o Corpo de Cristo, recebido em comunhão.

É por isso que há especialmente, na liturgia, uma Missa que antecede a meia noite, chamada de Missa da Véspera, e a Missa do Galo, celebrado na troca dos dias 24 para o dia 25. Além disso, ainda há outras duas liturgias do dia do Natal: a Missa da Aurora e a Missa do Dia, com leituras e orações diferentes, porém um mesmo objetivo: alimentar os Cristãos com o Pão Divino que nos vem à Terra no Natal.

Reflexão: do Natal e da Eucaristia quem tem aproveitado?

cristo está no natal e na eucaristia

Terá morrido o Natal autêntico? Parece que sim, pois hoje, homens e mulheres do mundo todo estão ilusoriamente conectados entre si, mas desconectados de Deus. Morreu até em certos presépios de mau gosto que exibem a Sagrada Família com traços esdrúxulos e fisionomias desfiguradas pela arte ultramoderna. Uma coisa medonha!

Quem de nós, em nossas famílias, tem procurado estar preparado para a comunhão no Natal? Temos, no abençoado período natalino, entre os momentos empregados em compras, viagens e festas, reservado um tempo para a adoração junto ao sacrário e outro para a comunhão sacramental?

O Natal e a Eucaristia são uma festa única. Celebrar o divino natalício de Cristo desassociado da celebração religiosa é festejar um ritual vazio de sentido. O dia de Natal é uma ocasião para “nascermos de novo” e o melhor modo de fazer isso é imitando o exemplo de Maria, que “conservava em seu Coração todos os fatos acontecidos em torno do presépio”.

Assim, baixo sua proteção, e com a vida eucarística em ordem, também nós devemos pedir a Ela as graças necessárias para a nossa salvação, pois será por meio d’Ela que o Natal atingirá a sua máxima compreensão, na sociedade e em cada um de nós. 

 
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