O rosto de Santo Antão tinha grande e indescritível encanto. E o Salvador lhe tinha dado por acréscimo este dom: se se achava presente numa reunião de monges e algum a quem não conhecia desejava vê-lo, esse tal, ao chegar, passava por alto os demais, como que atraído por seus olhos.
Não eram nem sua estatura nem sua figura que o destacavam entre os demais, mas seu caráter sossegado e a pureza de sua alma. Ela era imperturbável e assim sua aparência externa era tranquila.
O gozo de sua alma transparecia na alegria de seu rosto, e pela forma de expressão de seu corpo se sabia e conhecia a estabilidade de sua alma, como o diz a Escritura: “O coração contente alegra o semblante, o coração triste deprime o espírito” (Pr 15, 13). […]
Nunca estava agitado, pois sua alma estava em paz; nunca estava triste porque havia alegria em sua alma.
Da vida de Santo Antão, por Santo Atanásio de Alexandria
“Santo Antão Abade”, detalhe de “Nossa Senhora no seu trono, com Santos”, por Puccio di Simone – Metropolitan Museum of Art, Nova York / Foto: Gustavo Kraj – (Revista Arautos do Evangelho, Janeiro/2014, n. 145, p. 2)
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