No dia 6 de janeiro, comemoramos o Dia dos Reis Magos, que nos apresentam uma lição importantíssima de vida espiritual.

Quem eram eles?

Antes de caminharmos juntos de sua caravana rumo ao Presépio, precisamos conhecê-los melhor.

O mais velho deles era Gaspar, rei de Társis e das ilhas, com sua barba indicativa de uma idade avançada, mas ainda cheio de vigor.

Citado pelos Santos estudiosos como o Rei da Babilônia, acredita-se que sua ascendência seja do povo amarelo.

Com certeza, o Rei Gaspar representa com toda sua fé, imaginação e fantasia o mundo poético dois indianos. Seu presente foi o ouro, dado em honra ao reinado do Menino Jesus.

Melchior era o representante caucasiano da comitiva dos Reis.

Vindo da Pérsia, com sua abundante barba branca e seu olhar fogoso, tinha dentro de si o espírito de um guerreiro, tal como todo seu povo.

Sua oferta sagrada foi o incenso, dado a Deus, à Pessoa divina que era o Infante nascido da Virgem, entendendo que sob as aparências de fragilidade estava o Todo-poderoso, o Deus dos exércitos.

Por último, temos o terceiro Rei Mago, Baltazar, rei das Arábias, a famosa e mística terra dos contos das mil e uma noites.

Acostumado com as estrelas e com a sabedoria prática dos de sua etnia, veio cantando e alegrando a comitiva com seu louvor.

Baltazar era de cor negra, e os reis da Abissínia e Etiópia se consideravam como seus diretos descendentes.

O Rei africano trouxe ao Menino Deus a mirra, o famoso embalsador que prenunciava do sepulcro o pó escuro.

Lição dos três Reis

O que os três Reis Magos, tão distantes de nossa geração, mais de dois milênios de diferença, podem nos ensinar hoje?

Reis eles eram por direito; magos eram por opção e dignidade.

O termo era usado para indicar que eram estudiosos, cientistas e sábios, versados em observar os céus e ler os fenômenos celestes em sua abóbada.

Eram astrônomos, guiados pelas suas indicações empíricas e seu pensamento lógico.

Mas o mais importante era que os três estavam conectados com o Deus das revelações.

Eles, sem perder a compostura por verem nas estrelas o anúncio de Deus, partiram sem vergonha, sem medo de seguir a Estrela que lhes contava seu segredo.

Nós, no atual tempo, estamos tão conectados com as coisas da terra, que esquecemos nossa conexão com o sobrenatural.

Não é verdade que enxergamos apenas o materialismo do aqui e agora, sem nos perguntarmos primeiro o que Deus, Ele que é o fundamento de tudo, quer?

Nunca fomos tão conectados com tanto sucesso entre nós. Globalização, internet, fazemos parte de uma rede global de comunicação.

Infelizmente, nunca fomos tão surdos à voz de Deus.

É essa lição que os Reis Magos querem nos ensinar: que nos desliguemos um pouco da conexão com o mundo; deixemos de lado, neste Natal, as aparências, as angústias pelos likes, a febre pelo entretenimento virtual, e nos postemos diante da enorme Estrela que Deus nos dá para que nos guiemos.

O sorriso de Jesus é o prêmio

Onde está este astro? Está perto o suficiente para que o vejamos.

Será talvez uma conversa sincera com os pais, uma abertura para o belo da natureza, o conselho de um amigo, o silêncio de uma Igreja, de um Templo Sagrado.

Atendamos à lição dos Reis Magos, que caminharam por sob as dificuldades da vida, rumo à adoração do Menino Deus.

No final, eles triunfaram. Eles viram Jesus.

Quiçá tenham pegado no colo o Infante; com certeza receberam seu sorriso.

E se Deus nos sorri, do que mais precisamos nesta vida?