A Santa Igreja Católica é uma instituição divina, fundada por Nosso Senhor Jesus Cristo, ao longo de sua vida terrena. Sobretudo Ela é uma sociedade de almas, por onde, alicerçados pela Pedra que é Pedro, e amparados pelo Espírito Santo, propulsor e mantenedor dos dons e carismas, nós, fiéis, batalhamos pelo Céu.
Como uma Mãe, a Igreja quer tem valiosas lições que nos comunica por meio de suas comemorações e celebrações, de acordo com o seu calendário litúrgico, diferente do calendário civil.
Para entender mais sobre este assunto, acesse aqui o artigo do Ano Litúrgico.
Como todos sabemos, o fim de algo sempre prenuncia um novo começo. Almejamos metas e, quando estas estão acabando, nos preparamos para as próximas, não sem, porém, uma análise pessoal, uma olhada para o passado para se preparar para o futuro.
Assim também a Santa Mãe Igreja aconselha os fiéis a fazer essa revisão no fim do ano litúrgico. Por isso, a última semana do calendário da Igreja traz leituras e meditações sobre o fim do ser humano, ou seja, a morte e o juízo divino.
A Igreja Católica chama estes últimos dias de semana escatológica. Para nós, neste ano de 2021, ela vem acontecendo agora: do dia 21 ao dia 28 de novembro.
A morte é a única certeza na caminhada humana; assim que nascemos, trazemos a marca de nosso fim. O que parece ser desesperador, se considerado de modo terreno, é, na verdade, nossa esperança: um dia as dificuldades acabarão, passaremos nas provas, com a ajuda de Nossa Senhora, e teremos diante de nós a eternidade feliz.
Mas, normalmente, devido aos prazeres mundanos, muitas vezes esquecemos nosso destino mais alto. Ficamos presos, atrofiados pelo peso da carne, e preferimos trocar uma infinidade de alegrias por um regozijo instantâneo.
Por isso, nesta última semana, as leituras e evangelho lembram o homem e a mulher que estamos aqui de passagem, que somos criados para mais. É comum encontrarmos versículos do Apocalipse, leituras dos profetas e cartas dos Apóstolos sempre tocando neste ponto: a morte vem como um ladrão, e, para estarmos prontos para ela, precisamos nos preparar agora.
Depois da morte, seremos pesados e medidos pelas contas de Deus, todo sábio e todo poderoso, e ficará claro a nós o nosso destino. Este é o juízo particular, a que todos terão direito.
Mas, para corrigir erros universais da História, para ficar evidente a ação de Deus em cada pedacinho da existência humana, no final dos tempos, quando Jesus voltar em glória e majestade, haverá um outro juízo: o Final. O Filho do Homem virá premiar o bem e punir o mal mais uma vez, agora todos diante de todos.
Os que estarão no Céu terão mais alegria, os que estiverem no inferno mais terror.
Para simbolizar este juízo final, a Igreja dedica o último domingo do ano litúrgico, o domingo que abre a última semana do tempo comum, em honra a Cristo Rei do Universo, Rei que voltará para julgar os vivos e os mortos.
Há um lindo sermão de Mons. João Clá sobre a festa que ocorreu neste último domingo, dia 21 de novembro, discorrendo sobre o Reinado de Cristo. Para lê-lo, clique aqui.
Alguém poderia perguntar qual a razão de ser tão duro para apresentar, de uma só vez, a fragilidade do ser humano.
A resposta é única: a Santa Igreja prefere que o fiel tome um chacoalhão agora do que diante do Juiz universal, onde não haverá mais possibilidade de arrependimento. Não é o que uma mãe faz diante de um mal negócio do filho: se apresenta e o alerta, até chegando a suplicar-lhe?
Que sejamos sábios o suficiente para confiar no amor de tão excelsa Mãe.