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A Conceição Imaculada e a Santa Intransigência - Data: 07 de Dezembro 2021
 
 
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"Venham a mim vocês todos que me desejam, e fiquem saciados com os meus frutos. Quem me obedece não ficará envergonhado, e os que trabalham comigo não pecarão". (Eclo 24, 18.21.)

Pelo privilégio de sua Conceição Imaculada, Nossa Senhora foi preservada da mancha do pecado original desde o primeiro instante de seu ser.

E, assim, n’Ela tudo era harmonia profunda, perfeita, imperturbável. O intelecto jamais exposto a erro, dotado de um entendimento, uma clareza, uma agilidade inexprimíveis, iluminado pelas graças mais altas, tinha um conhecimento admirável das coisas do Céu e da Terra.

A vontade, dócil em tudo ao intelecto, estava inteiramente voltada para o bem e governava plenamente a sensibilidade, que jamais sentia em si, nem pedia à vontade algo que não fosse plenamente justo e conforme à razão.

Diante do mal, a Imaculada não fica impassível

Dotada de tantas luzes naturais e sobrenaturais, Nossa Senhora conheceu por certo a infâmia do mundo em seus dias. E com isto amargamente sofreu. Pois quanto maior é o amor à virtude tanto maior é o ódio ao mal.

Ora, Maria Santíssima tinha em si abismos de amor à virtude, e, portanto, sentia forçosamente em si abismos de ódio ao mal. Maria era, pois, inimiga do mundo, do qual viveu alheia, segregada sem qualquer mistura nem aliança, voltada unicamente para as coisas de Deus. (...)

O mundo, por sua vez, parece não ter compreendido nem amado Maria.

E como não haveria de ser assim? Que compreensão poderia haver entre Aquela que era toda do Céu, e aqueles que viviam só para a Terra? Aquela que era toda fé, pureza, humildade, nobreza, e aqueles que eram todos idolatria, ceticismo, heresia, concupiscência, orgulho, vulgaridade?

Aquela que era toda sabedoria, razão, equilíbrio, senso perfeito de todas as coisas, temperança absoluta e sem mácula nem sombra, e aqueles que eram todos desmando, extravagância, desequilíbrio, senso errado, cacofônico, contraditório, berrante a respeito de tudo, e intemperança crônica, sistemática, vertiginosamente crescente em tudo? (...)

Nossa Senhora da Imaculada Conceição é Nossa Senhora da Santa Intransigência

“Imaculado” é uma palavra negativa. Ela significa etimologicamente a ausência de mácula, e, pois, de todo e qualquer erro por menor que seja, de todo e qualquer pecado por mais leve e insignificante que pareça.

É a integridade absoluta na fé e na virtude. É, portanto, a intransigência absoluta, sistemática, irredutível, a aversão completa, profunda, diametral a toda a espécie de erro ou de mal.

A santa intransigência na verdade e no bem é a ortodoxia, a pureza, enquanto em oposição à heterodoxia e ao mal.

Por amar a Deus sem medida, Nossa Senhora correspondentemente amou de todo o coração tudo quanto era de Deus. E porque odiou sem medida o mal, odiou sem medida Satanás, suas pompas e suas obras, o demônio, o mundo e a carne.

Nossa Senhora da Imaculada Conceição é Nossa Senhora da santa intransigência. (...)

O exemplo de Nossa Senhora, só com o auxílio de Nossa Senhora se pode imitar. E o auxílio de Nossa Senhora, só com a devoção a Nossa Senhora se pode conseguir.

Ora, a devoção a Maria Santíssima no que de melhor pode consistir do que em Lhe pedirmos não só o amor a Deus e o ódio ao demônio, mas aquela santa inteireza no amor ao bem e no ódio ao mal que tanto refulge em sua Imaculada Conceição?

Cf. Trechos de Catolicismo, setembro de 1954.
 
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