Vem, doce Mãe da Igreja, vem visitar teu povo, por nossas culpas roga, fazendo tudo novo.
As aparições de Nossa Senhora na História nos dão o grau de preocupação que Ela tem conosco, seus filhos errantes pelos caminhos da vida. Assim, pela ocasião, podemos medir o quão importante eram os tempos quando consideramos as visitas de Maria.
Com Nossa Senhora de Lourdes dá-se o mesmo. O que os tempos longevos, os longos séculos da caminhada humana podem nos contar para que, numa gruta corroída pelo tempo, há apenas cento e cinquenta anos, a Senhora de Luz tenha nos visitado mais uma vez?
A primeira estrada que a Virgem Santíssima percorreu foi ainda em vida, a poeirenta estrada que a ligava até Santa Isabel. Nesta ocasião a vemos indo apressada, com a missão de purificar João Batista no ventre de sua querida prima.
São João Batista, aquele maior nascido entre os homens, segundo o próprio Cristo. Não só sua vida foi um enorme louvor a Santíssima Trindade, mas deixou ele um filão de homens proféticos que, em cada século, anunciavam ao mundo: “Eis o cordeiro de Deus”, aqui e ali, dando o tônus para a própria Igreja, a assembleia dos fiéis.
A segunda dentre todas as visitas de Maria ainda se deu em sua vida terrena, mas de um modo milagroso. Agora não a sua prima, mas a seu santo sobrinho que, as margens de um rio da antiga Hispânia, hoje Espanha, lamentava pelo apostolado nada frutuoso.
São Tiago Maior tinha sido enviado por seu Mestre a estas terras, mas nada de sua pregação surtir efeito na população. Nossa Senhora, então, dos céus, desceu sobre um pilar, convidando-o a voltar a Jerusalém, pois chegara sua hora de morrer pela fé.
Digna história da grandeza dos apóstolos de Cristo, que tiveram vidas tão esplêndidas como heroicas. Daí nasceu a devoção a Nossa Senhora do Pilar, celebrada com massivos cânticos pelo povo espanhol.
Pularemos alguns séculos para uma visita importantíssima de Nossa Senhora: dessa vez a um monge que vestia o hábito marrom, e tinha uma missão de ser um cão do Senhor. Em latim, dominicanis: era São Domingos de Gusmão, que, atormentado por um problema, recebeu a visita celestial de sua Mãe para aprender a prática do rosário.
Desde então, a recitação do terço é a devoção número 1 do fiel católico, e muito perde aquele que deixa de rezá-lo.
Infelizmente, nosso espaço aqui é curto demais para comentar outras felizardas aparições. Seja uma Nossa Senhora do Carmo, uma Nossa Senhora do Rosário ou ainda Nossa Senhora das Graças, todas apenas ilustram um objetivo: nos tornar mais participantes de suas alegrias celestes.
Para o que então se dispôs Maria Santíssima aparecer na gruta de Massabielle, em Lourdes, para a pobrezinha Bernadete em 1858? Diferente das demais aparições, nesta vemos a Virgem trazendo um ambulatório celeste.
Talvez as nações da Terra estivessem muito massacradas com o advento da Revolução industrial. Provavelmente, ainda estavam os povos marcados pela crueldade da Revolução Francesa, onde o terror foi instaurado. Ainda sofreriam muito os seus queridos franceses com a próxima guerra em 1870, onde França e Prússia combateriam num ensaio da primeira guerra mundial.
Nossa Senhora de Lourdes surge, assim, levando alento, carinho, saúde. Força que nasce da fé. Que brotou das mãozinhas puras da pequena Bernadete, que se ajoelhou no barro e bebeu água suja de uma fonte que nem jorrava ainda. Esta mesma fonte, no início pequena, tornou-se robusta como a fé de todos os que regozijaram quando souberam a delicadeza de Maria por seus filhos.
Que nesta festa de Nossa Senhora de Lourdes nós sejamos imensamente gratos pelas dádivas que Ela nos oferece. Pelos caminhos que Ela encurta, pelo apoio e segurança que dá a nossos passos. E, se Deus quiser, pelo sorriso que receberemos quando nossos olhos se fecharem para a esta terra e se abrirem para a eternidade.