O certo é que as mãos são a parte do corpo mais exposta a qualquer tipo de vírus, pois tocam em tudo. Portanto, a comunhão nas mãos é definitivamente mais contagiosa.
Itália – Roma (25/05/2020 09:30, Gaudium Press) O Professor Filippo Maria Boscia é presidente nacional da Associação de Médicos Católicos italianos e uma personalidade no mundo da medicina em seu país. Por estes e muitos outros motivos, seu parecer sobre a comunhão na boca ou na mão está sendo muito mais escutada.
Após manifestar seu contentamento pela autorização de Missas com fiéis em seu país, o médico expressou sua preocupação para que nessas celebrações se cuide da saúde dos fiéis. E por isso opinou sobre a forma de dar a comunhão.
“O problema que preocupa a todos, aos médicos em primeiro lugar, é a propagação dos vírus. O certo é que as mãos são a parte do corpo mais exposta a qualquer tipo de vírus, pois tocam em tudo, desde de coisas infectadas até em dinheiro. Existem pessoas obcecadas com a ideia de que podem infectar-se e adoecer”, afirmou.
Por esse motivo, o médico garantiu que “a comunhão na boca é mais segura do que a comunhão na mão. As mãos, como eu disse, tocam em tudo. Portanto, a comunhão nas mãos é definitivamente mais contagiosa. Na África, eu fiz operações em uma sala junto a uma estrada empoeirada. Não era um bom ambiente, mas ninguém ficou doente com isso. Não era um risco para essas pessoas”.
Sobre a estranha prática de distribuir a comunhão com pinças, o professor Boscia comentou: “Sim, eu li sobre as pinças e também sobre a proposta de distribuir as hóstias consagradas em pequenos envelopes. Pois bem, depois da gripe espanhola, continuamos praticando a comunhão oral, e tudo foi como antes. Acredito que estamos cruzando a linha do senso comum. Não deveríamos perseguir certas coisas. Sim, a saúde é importante, sem dúvidas, mas não o exagero e as extravagâncias. Como médico, estou convencido de que a comunhão nas mãos é menos higiênica e, portanto, menos segura que a comunhão oral”.
“Além disso: não somos instruídos todos os dias para lavarmos as mãos, nos desinfetarmos, não colocarmos as mãos no rosto, nos olhos ou no nariz? Temos que seguir algumas regras saudáveis que são úteis. Não devemos ter medo e especular, muito menos buscar interesses comerciais”, afirmou o médico.
Tratando sobre o fato de que a maioria dos mortos sejam idosos, o médico explanou sobre as fraquezas próprias dos últimos anos da vida dos idosos e as ambientou na atual situação de pandemia.
“A fragilidade sempre acompanhou o último estágio de nossas vidas, em que nossa saúde é mais vulnerável. Não quero criar um caso em termos de tratamento de pacientes. Se eu tivesse que fazer críticas, eu as encaminharia para as famílias. Muitos dos falecidos morreram em casas de repouso. Em muitos casos as famílias enviaram seus entes queridos para lá. Eu me pergunto: Por que não os mantiveram com eles? Em uma certa idade, as pessoas precisam muito mais de humanidade do que de qualquer tratamento. Infelizmente, há uma tendência a levar para fora e hospitalizar. Ao fazer isso, esterilizamos e padronizamos os ritos de transição, mas os desumanizamos, perdendo assim o senso de compaixão, de piedade, no verdadeiro sentido da palavra”. (EPC)