Continuam chegando ecos das indignações das autoridades comunistas desse país contra membros da Igreja Católica fiel ao Vaticano.
China – Pequim (01/10/2020 11:00, Gaudium Press) Às vésperas da renovação do acordo China-Vaticano -que é dado como certo, apesar da pressão contra a diplomacia norte-americana- continuam chegando os ecos das indignações das autoridades comunistas desse país contra membros da Igreja Católica fiel ao Vaticano, principalmente daqueles que se negam a aderir à denominada Associação Patriótica Católica Chinesa (CPCA, sigla em inglês).
Exemplo disso é o que acontece com algumas freiras da Diocese de Xuanhua, na província de Hebei, que são continuamente pressionadas a ingressar na CPCA. “Preferimos ser presas e encarceradas do que preencher esses requerimentos”, expressou uma das religiosas. “Depois que os formulários [de inscrição do CPCA] fossem preenchidos, eles nos convocariam para assistirmos aulas de treinamento na capital da província, Shijiazhuang, onde seríamos doutrinadas com a ideologia do Partido Comunista Chinês, como fazem com os sacerdotes”.
Em junho passado, o governo da cidade de Gaojiaying no distrito de Chongli da cidade de Zhangjiakou ordenou que as freiras que serviam na Igreja Católica da cidade, que se recusaram a ingressar na CPCA, deixassem a área porque “não eram locais”. Abandonar a área é realmente um eufemismo, pois essa ordem equivale a um exílio. Algumas dessas religiosas vivem lá há 20 anos e não têm parentes que as possam acolher.
No dia 28 de agosto completou-se 10 anos do falecimento de Dom John Yang Shudao, Arcebispo da Arquidiocese de Fuzhou, na província de Fujian. Nascido em 1919, o prelado foi ordenado em 1947. No ano de 1955 ele foi condenado à prisão perpétua, embora anos depois tenha sido libertado, apenas para cair novamente na prisão. A figura do Arcebispo é um símbolo de coerência e de fortaleza de alguém que passou cerca de 30 anos na prisão por se recusar a entrar no CPCA.
Embora a razão dada pelas autoridades para impedir os fiéis de recordar o prelado tenha sido a “prevenção de epidemias”, os católicos locais estão convencidos de que “o governo proíbe a recordação do Arcebispo Yang porque ele foi uma força de coesão que uniu e influenciou os fiéis. E isso é o que mais teme o Partido Comunista Chinês: uma força coletiva que se una contra ele”, segundo disse um fiel.
Ele também contou que o governo proíbe as igrejas católicas não registradas de celebrar Missas ou realizar outras atividades utilizando como pretexto a prevenção de epidemias.
A “Igreja do Sagrado Coração Imaculado e Doloroso” na Diocese de Yujiang, na província sudeste de Jiangxi, tem 300 anos de história. Mas foi recentemente condenada a hastear a bandeira nacional e, desde abril deste ano, o governo local emitiu várias ordens para ‘retificá-la’, o que resultou na remoção dos símbolos religiosos e pinturas do interior e da cruz sobre o teto da Igreja.
No dia 10 de maio, seis funcionários do governo levaram quatro aldeões à igreja e os instruíram a dançar ali, interrompendo as atividades religiosas.
No dia 9 de setembro, a prefeitura ordenou que se reaproveitasse a igreja, convertendo-a em espaço de lazer com uma cantina, um salão de jogos e um centro de atividades para idosos. (EPC)