Muitos de nós nos entregamos às alegrias do nascimento de Jesus já na véspera. Afinal, a Sagrada Liturgia do Natal é propícia para isto. Neste artigo vamos entender como a Santa Igreja organiza umas das datas mais queridas de seu calendário.
A Missa da Véspera na Sagrada Liturgia do Natal
No dia 24, os padres começam celebrando pela manhã o último dia do Advento. A Santa Missa ainda continua seguindo de paramentos roxos, e a leitura do evangelho conta sobre o censo imposto pelo Governador da Judeia e a busca do casal santo por uma hospedagem.
Mas a figura muda quando se passam das 18h. Aí os sacerdotes já podem celebrar a Missa da Véspera do Natal, com os paramentos já brancos e uma liturgia diferente, onde o evangelho nos conta toda bênção que cercava a pequena gruta onde nasceria o Menino Deus.
Essa Missa da Véspera é a primeira das quatro celebrações que cercam o Natal do Senhor.
Missa do Galo
A Missa do Galo, comumente chamada assim devido a uma tradição antiga, onde foi dito que um galo cantou pois nasceu o Sol da Humanidade, é celebrada à meia-noite, ou até um pouco antes, de modo que a consagração de Jesus Hóstia se dê já no dia 25 de dezembro.
Nesta celebração, temos toda a festividade do Natal. Depois de muitos dias, é liberado o canto do Glória a Deus nas alturas, que no Advento é proibido. Cantamos com os anjos enquanto os sinos repicam: é Jesus quem nasceu.
Também de paramentos brancos ou dourados, o sacerdote lê o evangelho que conta o nascimento do Menino, e narra como o anjo anunciou aos pastores a vinda de Jesus, convidando-os a ir até Belém contemplar seu Senhor.
No final, o padre toma uma imagem do Menino Jesus e a coloca no presépio ou num lugar de destaque no altar, abençoando a assembleia com ela em mãos. Como tradição não oficial, mas quase constante, canta-se o Noite Feliz na saída do sacerdote.
Missa da Manhã
Já no dia 25 tem-se também uma celebração litúrgica bem cedo, perto do nascer do sol. A Missa da Manhã do Natal do Senhor é uma celebração mais íntima, menor, onde o sacerdote lê o Evangelho da adoração dos pastores ao Divino Infante, com eles chegando ao presépio.
Costuma-se rezar o Glória, e, como será em todo o tempo natalino, sempre com os paramentos brancos, se lembra o momento onde os pequeninos se colocam diante do Todo-poderoso feito criancinha, e se alegram com a Salvação do Mundo.
Missa do Dia na Sagrada Liturgia do Natal
Essa quarta e última celebração encerra as Missas do Natal do Senhor. Ela é a principal liturgia do dia 25, toda festiva também, com cânticos natalinos e o doce odor de Cristo no ar.
A diferença marcante desta celebração é o seu Evangelho. Já não se lê mais as narrações do dia do nascimento do Senhor, mas se toma o início do Livro de São João: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”. É a descrição mais teológica que temos da natureza Divina, da natureza da Trindade. São João, tocado pelo Espírito Santo, fala sobre a missão do Menino, como ele veio para ser amado e foi por todos rejeitado.
Fala de São João Batista e de sua missão: anunciar a conversão e a salvação. No final do trecho, o próprio São João Evangelista fala sobre o futuro sacrifício daquele que acabara de nascer.
Com isso, a Santa Igreja quer mostrar a amplitude do Natal do Senhor. Pois Jesus veio trazendo todas as alegrias do universo, pequenino e infinitamente amável, mas também vem trazendo compromisso, dedicação à missão de seu Pai. Que saibamos amar tanto o crucificado quanto amamos o nascido hoje em uma manjedoura.