Maria visita Isabel
(Lucas 1, 39-44)

Hoje vamos contemplar de novo a figura de Maria.

Lembremo-nos de que, no primeiro dia da Novena, nós A víamos abrindo as portas do Coração a Deus, pronunciando um “sim” puro e cristalino àquilo que o Anjo Lhe anunciava. Ela aceitou, e o Verbo Se fez carne no seu ventre imaculado e habitou entre nós.

Não teria sido muito natural que Ela Se “ensimesmasse”, ficasse concentrada em Si mesma, Se absorvesse nesse mistério inefável que já habitava n’Ela?

Ela tinha motivos de sobra para ficar concentrada nisto.

Mas o impressionante é que não fez assim; não ficou enclausurada em Si mesma, pensando no seu mistério interior.

É a beleza da alma de Maria!

O Evangelho descreve a história assim:

Por aqueles dias, pôs-Se Maria a caminho e dirigiu-Se às pressas para a montanha, a uma cidade de Judá. Entrou em casa de Zacarias – o marido da sua prima – e saudou Isabel.

O que A moveu a ir correndo à casa da sua parente?

Maria captou na notícia de Gabriel, quando ele mencionou a gravidez milagrosa de sua prima, um apelo: Isabel, já idosa, estava para ter o seu primeiro filho; com certeza precisaria de apoio, de ajuda… Bastou-Lhe tomar consciência dessa necessidade para Se esquecer imediatamente de Si mesma e partir às pressas para ajudá-la.

Aqui temos um exemplo encantador do amor de Maria pelo próximo: tão delicado, tão generoso, tão pronto.

Contemplando a Santa Mãe, podemos sugerir duas palavras, dois verbos que indicam qualidades do verdadeiro amor aos outros: ADIVINHAR e ADIANTAR-SE.

Essa palavra, “adivinhar”, faz lembrar que houve um escritor cristão que dizia: “Amar é adivinhar”. Não se trata de ser vidente nem de ter poderes paranormais. Basta ter carinho, porque então vemos…

O marido que ama de verdade percebe, vê, que a mulher precisa de um gesto de afeto, de um sorriso de agradecimento, de uma palavra de consolo.

Como seria triste que o nosso “aparelho receptor”, por causa do nosso egoísmo, não captasse essa “longitude de onda”, que só apanhasse as vibrações do seu próprio “eu”. Para a pessoa egoísta, o que não é do seu interesse não tem voz nem vez. O que incomoda e pede sacrifício, para essas pessoas, é inaudível.

É evidente que Maria nunca estava distraída ou desligada do que afligia os outros.

Todos recordamos a cena das Bodas de Caná. Naquela festa de casamento, a Mãe de Jesus foi a única a “captar” que, por um descuido, a alegria da festa podia acabar em fiasco… Então adiantou-Se, falou com Jesus; assim se deu o primeiro milagre: a conversão da água em vinho. Amar é adivinhar.

Quanto ao “adiantar-se”, é dedicar-se ao serviço dos outros, sem necessidade de que nos peçam e sem esperar que nos retribuam. Como é tocante ver que Maria servia sorrindo, como uma boa filha de Deus, e adiantava-Se como uma Mãe solícita!

Agora é um excelente momento para nos perguntarmos coisas muito concretas. Por exemplo: Será que, nestes dias que precedem o Natal, nos estamos esforçando por adivinhar necessidades alheias que antes nos escapavam? Quantas vezes nos adiantamos? Quantos serviços ocultos prestamos, quantas ajudas e colaborações já demos, daquelas de que só nós e Deus ficamos sabendo?

Peçamos a nossa Mãe Santíssima que nos ajude a parecer-nos, nisso, um pouco mais com Ela.

Ó Deus todo-poderoso, que inspirastes à Virgem Maria a sua visita a Isabel, levando no seio o vosso Filho,
fazei-nos dóceis ao Espírito Santo,
para que vejamos constantemente as ocasiões de amar e de servir os nossos irmãos.
Por Cristo, nosso Senhor. Amém.

Oração Final



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