Os pastores
(Lucas 2, 8-20)

Hoje vamos achar um bom tema de meditação olhando para os pastores, aqueles que cuidavam dos rebanhos nos arredores de Belém, na noite em que Jesus nasceu.

As suas figuras estão em todos os presépios, e são dignas de ser contempladas, porque foram os primeiros a adorar o Deus Menino na noite de Natal.

Nosso Senhor Jesus Cristo disse, certa vez: “Eu te dou graças, Pai, porque revelaste estas coisas” – as grandezas do amor de Deus e da nossa Redenção – “aos pequeninos, aos simples” (Cf. Mt 11, 25).

Jesus ama a simplicidade. E a ama quando se reveste de vigilância.

“Havia nos arredores uns pastores que vigiavam e guardavam o seu rebanho nos campos durante as vigílias da noite”.

Vigiar é estar atento ao que se faz, ao que se deve fazer – porque é o dever que Deus nos pede –, sem cair em descuidos nem cochilos. Vigiar é fazer as coisas bem feitas, com carinho, com capricho, colocando nelas a cabeça e o coração.

Como é belo amar o trabalho e trabalhar com amor, como um filho de Deus bem disposto!

Foi a corações como esses que um Anjo do Senhor anunciou, primeiramente, o Natal: “Não temais, eis que vos anuncio uma boa-nova, que será alegria para todo o povo: hoje vos nasceu, na cidade de Davi, um Salvador, que é o Cristo Senhor. Isto vos servirá de sinal: achareis um Recém-Nascido envolto em panos e posto numa manjedoura”. (Lc 2, 10-12)

“Vamos até Belém, e vejamos o que se realizou e que o Senhor nos manifestou!” (Lc 2, 15)

A capacidade de admiração é uma das qualidades características dos corações simples. Foram correndo ver o Recém-Nascido: ficaram encantados com Jesus. Deus e eles se entenderam perfeitamente bem.

Os corações simples descobrem maravilhas, captam alegrias que os complicados ignoram e infelizmente perdem.

Que Deus nos livre do mal do orgulho, que fecha o coração, impede a alegria e estraga o amor.

Ainda se pode acrescentar outra característica bonita dos corações simples: é a harmonia. A nossa harmonia com Deus, conosco – no íntimo da consciência – e com os outros. É algo de muito grande.

A harmonia com Deus alcança-se com o amor e com o arrependimento. Os corações simples e bons vivem fazendo as coisas certas por amor a Deus, e pedindo perdão pelas erradas também por amor a Deus. Cada confissão sincera, para eles, é um banho de paz, da paz que só Cristo pode dar.

Um coração sincero e bom, que ama a Deus, tem três princípios, que são regras de ouro e caminhos de paz:

Primeiro: Colocar o amor acima do prazer. O prazer egoísta mata o amor, é um veneno tão forte como o orgulho.

Segundo: Pôr a verdade acima do gosto pessoal.

Terceiro: Colocar Deus e os outros acima do nosso “eu”.

Jesus, fazei com que nos convençamos de que só nos encontramos a nós mesmos
quando nos damos a Deus e aos outros.
Ajudai-nos a colocar o amor acima do prazer, a verdade acima do gosto,
Deus e os outros acima do nosso “eu”.

Quantas coisas maravilhosas nos sugere a meditação do presépio.

Terminemos pedindo a Deus que nos ajude, com a sua graça, a descobrir a beleza da simplicidade – de que os pastores nos dão um exemplo tão bonito – e a esforçar-nos por praticar essa virtude.

Oração Final



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